Foi noticiado na imprensa brasileira que cinco ossadas e um crânio que foram localizados em 2001em Xambioá, no Tocantins, simplesmente desapareceram em Brasília. Há suspeitas de que essas ossadas que tinham claros sinais de violência sejam de guerrilheiros que participaram da Guerrilha do Araguaia (1972-1974).
O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous disse, “é inaceitável que uma coisa dessas aconteça”.
Ainda segundo Damous, este fato mostra como o governo brasileiro quer “passar a limpo a história da ditadura. Esse episódio demonstra que existem segmentos do estado brasileiro que não querem revelada a verdade dos fatos da guerrilha do Araguaia e de todos os outros ocorridos na ditadura militar.
Este caso não é isolado, há vários exemplos que mostram como os militares ainda estão no comando no Brasil. O simples fato de comporem a comissão da verdade que serve justamente para punir os crimes contra a ditadura já demonstra isso. A lei de anistia, os cargos que ainda ocupam no governo, nenhuma punição em quase 30 anos do fim da ditadura deixa claro que os militares ainda estão na ativa e tentando a todo custo esconder a verdade sobre o que ocorreu na ditadura militar brasileira.
O desaparecimento dessas ossadas bem como a não abertura dos arquivos da ditadura e a recente proibição de membros da Comissão da Verdade Estadual do Rio de Janeiro ao DOI-Codi, no 1º Batalhão de Polícia do Exército mostram como os militares se sentem à vontade em se preservarem negando a dar informações e exercem uma grande influência no governo brasileiro.