Segundo denúncia das vítimas do incêndio ocorrido na última segunda-feira (17), na favela do Moinho, no bairro Campos Elíseos, região central da capital, dezenas viaturas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) ficam no local para impedir que as famílias voltem para a favela.
A prefeitura também não ofereceu nenhum auxílio para as famílias, como o auxílio aluguel. A estas denúncias soma-se o corte do abastecimento de água e energia das casas que sobraram no local, relatado na carta aberta à população feita pela Associação de Moradores do Moinho.
A forma como a prefeitura está tratando a população revela o caráter fascista e de limpeza social desta gestão. Kassab está privando a população dos seus direitos mais elementares, como o acesso à água, energia e moradia, além do direito de se manifestar, garantido pela presença da GCM no local.
Nesta comunidade, o desejo da prefeitura de remoção fica ainda mais claro com estas atitudes. Dias antes do incêndio, os moradores já vinham reclamando da pressão da prefeitura do mini-ditador Kassab que exigia que os moradores deixassem o local.
A prefeitura já pretendia desalojar o local para dar espaço a uma estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) da linha 8-Diamante que substituirá a estação Júlio Prestes. O incêndio só veio a facilitar a remoção e aumenta ainda mais a dúvida a respeito da origem destes desastres.
Ainda segundo a carta aberta, o incêndio que consumiu mais de 80 casas teve início em três focos, o que é confirmado pelo corpo de bombeiros e vai contra a hipótese divulgada pela imprensa de que seria devido "à briga entre viciados".
A associação denuncia também a farsa do sistema de prevenção prometido após incêndio ocorrido na comunidade no ano passado. No local foi instalado apenas um hidrante que não contava se quer com mangueira própria ou a chave para que a população pudesse usar. Não houve o treinamento da comunidade para lidar com a situação.