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sppmBrasil - PCO - A Polícia Militar do estado de São Paulo mata quase uma pessoa por dia na cidade. A maioria das suas vítimas são jovens, pobres, negros e que nunca cometeram nenhum crime, como o caso dos jovens César Dias de Oliveira e Ricardo Tavares da Silva, executados por Policiais Militares em julho


No último mês, foi descoberto mais um crime cometido por Policiais Militares. Os jovens César Dias de Oliveira e Ricardo Tavares da Silva, ambos de 20 anos, foram executados a sangue frio por Policiais Militares, na madrugada de 1.º de julho, na zona oeste de São Paulo.

A versão dos policiais era de que havia tido uma perseguição, os jovens resistiram à prisão, trocaram tiros com os policiais e morreram. Essa é a versão mais utilizada pelos policiais para justificarem os assassinatos cometidos.

O pai de César Dias de Oliveira, eletricista da prefeitura de Vargem Grande Paulista, sabia que a versão da Polícia era falsa, uma vez que seu filho nunca teve arma e nem sabia atirar, então obteve licença do trabalho e passou a investigar o caso.

Logo, o pai do jovem constatou erros grotescos na versão policial. Ele relatou: "Chegando ao DHPP, peguei o BO, com várias divergências. A cena do crime era incompatível. Os policiais foram burros, nem montar uma cena eles conseguiram. Eu fui mostrando as divergências. Um investigador veio gritar comigo. 'P..., você está tirando a polícia? Tem uma testemunha. Um rapaz que mora em Carapicuíba, na Cohab I'. Eu questionei. O que esse morador de Carapicuíba estava fazendo às 3h no Rio Pequeno?".

Então, ele passou cinco dias indo ao DHPP levando testemunhas que viram seu filho ser assassinado pelos policiais a sangue frio. Uma das testemunhas é uma jovem de 12 anos que viu seu irmão ser assassinado por um policial.

Foram executadas cinco ordens de prisão aos policiais que mataram os dois jovens. O pai do jovem afirma que depois do que ocorreu tem medo de sofrer retaliações dos policiais.

Esse caso e os oito assassinatos cometidos pela Rota na última semana, apoiados pelo governador de São Paulo, são um exemplo do modo de funcionamento da polícia, especialmente da polícia militar.

É tão comum esse tipo de crime por parte dos policiais que na década de 90, o jornalista Caco Barcellos escreveu um livro para denunciar o modo de atuar da Rota, um setor especial da Polícia Militar.

Após 22 anos investigando os mortos da Polícia Militar, Barcellos descobriu que a maior parte dos civis mortos pela PM de São Paulo é constituída por jovens, negros, que nunca praticaram nenhum crime.

Ao mesmo tempo, constatou o baixo número de policiais militares mortos em tiroteios, 42, em vinte e dois anos. Enquanto isso, foram mortos no mesmo período, 4.179 civis.

A Polícia Militar de São Paulo foi criada na década 70 quando houve a fusão da Polícia Civil e da Força Pública para combater as guerrilhas e assassinar dos militantes de esquerda que se opunham à ditadura.

A pesquisa do jornalista mostrou que desde que a Polícia Militar for constituída o número de mortes de civis aumentou assustadoramente, ultrapassando o número de civis mortos em confrontos e guerras existentes no Brasil ou nos quais o Brasil participou.

Barcellos mostrou ainda que os policias que mais matam recebem gratificações e são premiados por seus comandantes, também se revezam no "tribunal" existente dentro da PM para julgar os crimes cometidos por eles próprios.

Esse caso recente mostra que 30 anos depois da publicação do livro de Caco Barcellos, a guerra da Polícia Militar contra a população pobre e negra só aumenta no país e o modo de atuar dos policiais continua sendo o mesmo: executam a sangue frio, levam a vítima para o hospital para alterar a cena do crime e colhem depoimentos de falsas testemunhas.

Em 1990, quando foi escrito o livro "Rota 66: a polícia que mata", a PM de São Paulo matava quatro civis por dia, em 2012, segundo pesquisa da própria Polícia Militar, os PM's matam quase uma pessoa por dia na cidade.


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