Foto: Livraria Antonio Gramsci.
Através de cursos e publicações, o NPC trabalha há mais de duas décadas capacitando movimentos populares e entidades sindicais para a construção de uma comunicação vinculada de fato aos interesses e à voz dos trabalhadores. A busca incessante por uma sociedade diferente fez de Vito um daqueles sujeitos que Brecht apontaria como imprescindíveis, os que “lutam toda a vida”.
Autor de mais de 20 livros, a maioria sobre comunicação sindical, Vito chegou ao Brasil em 1964, aos 21 anos, vindo da Itália. Lutou contra a ditadura e, após a reabertura, continuou lutando contra a opressão. Foi sindicalista, da oposição metalúrgica de São Paulo. Nunca abandonou a classe trabalhadora: virou jornalista, comunicador, escritor e fez da palavra uma arma fundamental de construção de transformações e de consciência de classe.
A reação à perda de Vito demonstra sua importância. De todas as partes do país, a esquerda lamenta sua morte e reverencia seu legado. Vito foi todo uma incansável dedicação ao trabalho militante, motivada por intensa paixão pelo que fazia e pela consciência clara da necessidade e da possibilidade real de transformar o mundo a partir da luta dos trabalhadores. Vito brigou com um amor desesperado pela construção de formas de comunicação que conduzissem a um outro mundo possível, sem sectarismos, sem preconceitos, com diálogo constante com todas as correntes políticas vinculadas à classe trabalhadora. Sempre teve pressa pela mudança, mas paciência para construí-la como um verdadeiro processo emancipatório. Partiu apressado, aos 72 anos.
Em sua última postagem no Facebook, Vito escreveu: “Daqui 300 anos mudaremos essa situação”. Sem ele vai ficar mais difícil, mas, se soubermos compreender o legado que nos deixou, estaremos bem armados.
Vito Giannotti: PRESENTE!