Em assembleia realizada neste sábado (25/04), em Londrina, com cerca de participantes, os professores da rede estadual do Paraná decidiram retomar a greve encerrada ha quase dois meses, diante do golpe do governo Beto Richa (PSDB) de recolocar em votação na Assembleia Legislativa do Estado (ALEP) projeto de reforma da Previdência, que havia sido retirado durante a greve dos professores, depois que os educadores ocuparam a ALEP e obrigaram os deputados a saírem do local de camburão.
Mesmo com as manobras da direção do Sindicato da categoria (APP), que buscou reduzir a pauta e limitar o tempo da greve, propondo - desde o dia anterior, no conselho da direção da APP – que se fizesse greve apenas no período em que o Paraná previdência fosse votado, a base da categoria expressou na assembleia sua enorme revolta contra o governo inimigo da educação e da população paranaense.
A direção buscou ainda manipular a categoria, com discursos de que seria "preciso cortar gastos", que "a greve não terá adesão" ou ainda de que seria preciso " ser conscientes nesses momento e impedir a questão da previdência, e aos olhos da mídia não seria bom apresentar as demais propostas", buscando um confronto mais geral com a política do governo e a apresentação de uma pauta ampla com o conjunto das reivindicações da categoria.
Para evitar uma assembleia massiva, a burocracia, de forma totalmente antidemocrática, também decidiu fazer a assembleia em local fechado e com crachá ordenando que os votos seriam apenas dos filiados da APP (uma parcela da categoria uma vez que não há uma forte campanha para filiação).
Nada disso adiantou. A imensa maioria da base presente, se mostrou firme em aprovar a greve por tempo indeterminado.
Os ataques dos professores ainda estão por vir além das medidas que o governo disse que ia voltar atrás mas ainda não voltou, como o pagamento das férias, a reabertura das salas e a contratação dos professores efetivos, entre muitas outras medidas.
Os professores tomaram a acertada decisão de retomar a mobilização contra a direita golpista e seus planos de austeridade. A greve foi decretada, agora o momento é de colocar em pauta, não só a luta contra a destruição da Previdência, como também pela demais reivindicações dos professores contra o "pacote de maldades" do governo tucano, como pela reabertura das salas fechadas, pelo reajuste salarial de 13% e pagamento integral das férias.