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campanhapadre betoBrasil - ADITAL - [Cristina Fontenele] A campanha SOS Padre Beto lançará em breve um vídeo com denúncias sobre os envolvidos na excomunhão do sacerdote brasileiro Roberto Francisco Daniel, popularmente conhecido como Padre Beto.


O vídeo terá o objetivo de sensibilizar a comunidade e contestar o que seriam atitudes tomadas pelo atual bispo de Bauru, no interior de São Paulo, Dom Caetano Ferrari, para providenciar a excomunhão do sacerdote.

Em entrevista à Adital, o coordenador da Campanha SOS Padre Beto, Paul Sampaio, fala sobre a repercussão da decisão do Vaticano e os próximos passos da campanha. Segundo ele, antes da oficialização da excomunhão (Cân. 1364 § 1), a campanha tinha o intuito de reverter o caso, mas, após o anúncio do Vaticano, "queremos que a população conheça a realidade que vem ocorrendo na cidade de Bauru". Em outras publicações, Sampaio já comentava que a excomunhão seria apenas a "ponta do iceberg que envolve duas décadas de histórias horrorosas".

O coordenador denuncia que a Diocese de Bauru é anunciante nos meios de comunicação e por isso estaria impedindo que muitas notícias cheguem a conhecimento público. Segundo ele, a população local não sabe exatamente o que se passa no caso do Padre Beto e, há anos, são investigados abusos por parte do clero, inclusive com denúncias feitas à Promotoria da cidade, mas, "infelizmente, a religião no Brasil é blindada e o Estado não consegue interferir muito".

Sampaio diz ainda que muitos acreditam que Padre Beto foi excomungado por defender a relação homoafetiva, pensam que ele é gay, mas, na verdade, ele teria denunciado, durante anos, supostos abusos sexuais por parte de sacerdotes de Bauru "e por isso vem sendo detestado por esse grupo".

Em comunicado na sua página do Facebook, Padre Beto fala sobre a excomunhão pelo Vaticano, "Eu acredito no Deus que é amor. Este Deus não exclui ninguém (homossexuais, casais de segunda união, etc) como também nos deu a inteligência para podermos viver o amor às pessoas e à vida. A decisão da Santa Sé não muda minha vida e muito menos minha consciência. Estou em paz e seguindo ao que Cristo pregou. E volto a dizer: se refletir é um pecado, eu sou um pecador. Por fim, a Igreja que (sic) pertenço é o mundo, a minha paróquia é a humanidade. Estou feliz assim e não quero mudar".

O vídeo a ser lançado pela campanha terá aproximadamente 30 minutos e não vai expor as vítimas (existe um material comprobatório para isso), mas deverá relacionar cerca de cinco padres envolvidos com a excomunhão.

Procurada pela Adital, a Secretaria da Diocese de Bauru comunicou que Dom Caetano Ferrari estava em reunião fora da cidade e que a orientação é que a Diocese não se pronunciaria sobre o assunto. "O que tinha que ser dito já foi expresso no comunicado do Vaticano. A Diocese entende que não está mais na alçada dela o assunto e não tem conhecimento do que tratam questões posteriores a isso.", afirmou a Secretaria.

Entenda o caso

Padre Roberto Francisco Daniel, 48 anos, conhecido como padre Beto, há 15 anos exercia o sacerdócio na cidade de Bauru, interior de São Paulo. Foi excomungado pela Igreja Católica, segundo comunicado publicado no site da Diocese de Bauru, no último dia 15 de novembro desse ano.

O processo de excomunhão começou em abril do ano passado após opiniões expressas pelo padre em apoio a homossexuais, temas como bissexualidade e o questionamento dos dogmas da Igreja. Antes da excomunhão, o Padre optou pelo afastamento. Em novembro de 2014, foi iniciada a Campanha SOS Padre Beto, que promoveu passeatas, entrevistas nos meios de comunicação e disponibilizou informações divulgadas em blog, vídeos e facebook.

O que é a excomunhão

A excomunhão, considerada uma das penas mais severas da Igreja Católica, significa uma punição religiosa que retira ou suspende a filiação de um membro ou grupo religioso. Consiste em colocar fora da comunhão, fora do convívio da congregação. Existem dois tipos de excomunhão: a "latae sententiae" e a "ferendae sententiae". Para os que cometem faltas graves, como heresia, cisma, violência contra o Papa, a excomunhão é "latae sententiae", ou seja, sem que seja necessária uma sentença prévia da autoridade competente.

Para faltas menos graves, emprega-se a "ferendae sententiae", pela qual a autoridade competente abre um processo que pode concluir com a sentença de excomunhão, resultando na proibição do excomungado em cumprir tarefas litúrgicas ou pastorais e em participar da vida da Igreja.


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