O dia limite (15/04) para a desocupação das terras do terreno, que até então é conhecido como Ocupação Amarildo de Souza, iniciou com uma notícia positiva. Depois de uma reunião de mais de 12 horas entre a coordenação da ocupação, o governo do Estado e outros órgãos públicos, como Ministério Público Federal e Defensoria Pública de Santa Catarina, foi firmado um acordo de mudança das famílias para um terreno do Instituto Kairós em Palhoça.
A proposta foi aceita pelos moradores da ocupação durante assembleia, ainda pela manhã, e, em seguida, as famílias começaram a preparar suas mudanças. O acordo previa a permanência dos Amarildos nas terras do Instituto durante seis meses, enquanto correriam os trâmites para o assentamento das famílias na área da Ocupação, na rodovia 401, norte de Florianópolis.
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A maioria das casas já estavam desmontadas quando os moradores souberam, no meio da tarde, que a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) havia vetado a mudança para o terreno em Palhoça, devido à disputa da área pelo movimento indígena. Foram horas de aflição e incerteza. Não havia mais terra para a mudança das famílias após a desocupação, que deveria ser realizada até a meia-noite daquele dia.
Apesar da notícia, os moradores continuaram preparando a mudança enquanto outra reunião entre a ocupação e o governo do Estado começava. Por volta das 21h, chega à ocupação a notícia do compromisso do governo em garantir a transferência das cerca de 500 famílias para a área cedida pelo Instituto Kairós, apesar do veto da Funai.
A mudança dos ocupantes para o novo terreno está em andamento e esta quarta-feira, 16 de abril, será dia de recomeço para os Amarildos.
O acordo é fruto da luta das famílias, que, mesmo com toda a intimidação do Estado e estigmatização da mídia, resistiram na Ocupação até o fim.
As informações são do Coletivo Manguezal e da página oficial da Ocupação Amarildo de Souza.