A presença de militares em postos administrativos ligados à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vem crescendo. O presidente da entidade, José Maria Marin (foto), trocou os militares no comando da Granja Comary, local de concentração da seleção. Além de convocar outros membros das Forças Armadas para auxiliar na administração da casa.
No principal cargo da granja, que fica na cidade de Teresópolis (RJ), sai o coronel José Antonio de Almeida, e entra o coronel Moacyr Alcoforado. Também passam a integrar o setor um tenente-coronel e um sargento.
Após a troca de comando, nove funcionários foram demitidos. A Granja Comary vinha sendo tema de polêmica, devido a casos de desvio de equipamentos e material esportivo.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, desde que chegou ao poder na CBF, em março deste ano, depois da renúncia de Ricardo Teixeira, Marin se aproxima dos militares. Assim que assumiu, Marin chamou o coronel Haroldo Castelo Branco para cuidar da segurança da seleção.
Com o cartola no comando, a seleção olímpica de Mano Menezes usou a Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro, para treinos. Isso não acontecia desde a preparação para a Copa de 1970. Neste mês, a seleção se prepara para o amistoso com a Inglaterra (2 de junho) na base militar.
Em abril, a Câmara dos Deputados convidou Marin, que foi senador biônico na ditadura, para um debate sobre suas relações com os órgãos de repressão do regime militar.