De acordo com dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a produção industrial brasileira fechou o ano passado com maior ociosidade nas linhas de produção, de 81,5% para 80,9%, e com o registro do primeiro recuo na média anual das horas trabalhadas desde 2009, -1,5%. O índice de emprego industrial caiu -0,2% no mesmo período.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a queda da produção industrial em 2012 foi de 2,7%, a primeira registrada desde 2009. No entanto, o faturamento real aumentou 2,4% ante 2011, apesar de que no ano anterior havia se expandido 5,2%, devido ao contínuo aumento das importações de peças e insumos. Justamente nesta questão está a base imediata do processo de desaceleração industrial.

Os únicos setores da indústria que crescem são os relacionados com a manufatura de matérias primas, o que, estritamente, nem sequer deveria ser considerado como indústria devido ao baixo valor agregado industrial. No caso da elaboração de óleo de soja, trata-se basicamente de exprimir os grãos da soja. No caso dos minerais e do petróleo a situação acontece em sentido inverso. Aparentemente não haveria um processo propriamente industrial envolvido. Mas a indústria extrativista é altamente dependente da produção energética embutida nas matérias primas que são exportadas de maneira especulativa por meio das bolsas futuro.

A produção de energia é altamente depredadora no Brasil, muito longe da suposta energia hidrelétrica limpa da propaganda demagógica do governo. O custo socioambiental das centrais que têm sido construídas na região amazônica, por exemplo, é extremamente depredador, como pode ser visto nos casos de Madeira, Jirau, Santo Antônio e Belo Monte. O objetivo fundamental é viabilizar a realização de altos lucros para um punhado de capitalistas parasitários. Esses investimentos têm sido feito em cima de recursos públicos, depredando o meio ambiente, afetando a vida de populações nativas e sometendo dezenas de milhares de trabalhadores à superexploração.