Dona Canô havia sido internada no Hospital São Rafael, em Salvador, após sofrer uma isquemia cerebral transitória. Em novembro, ela tinha sido internada com uma infecção respiratória. Na sexta-feira, Dona Canô voltou para casa.
Nascida em 16 de setembro de 1907, Claudionor Viana Teles Cardoso se tornou a personalidade mais conhecida da cidade de Santo Amaro (antiga Santo Amaro da Purificação), a 72km de Salvador, e é considerada o símbolo da mãe baiana. Sua casa, na avenida Ferreira Bandeira, 179, é um dos pontos turísticos da cidade.
Mesmo sendo de uma família humilde, estudou no Colégio das Sacramentinas onde frequentou aulas de francês e teatro. Em janeiro de 1931, casou-se com José Telles Veloso, o seu Zeca, telegrafista da Companhia de Correios e Telégrafos. Em uma de suas raras entrevistas, respondeu à repórter que lhe perguntou qual foi o fato mais importante da vida dela:
– Meu casamento, minha filha. Foi a coisa mais importante na minha vida.
Dona Canô é mãe de oito filhos, Roberto José, Maria Isabel, Clara Maria, Rodrigo Antonio, Caetano Emanoel e Maria Bethânia, biológicos, além de Nicinha e Irene, adotadas. Na década de 1940 começou a investir na carreira artística dos filhos, principalmente Caetano, que gravou o primeiro disco aos 10 anos de idade. Na década de 1960 se mudou com o marido para Salvador, a fim de acompanhar a carreira dos filhos. Em 1984, voltou para a cidade de Santo Amaro, onde viveu até a manhã desta terça-feira.