O Instituto Patrícia Galvão e o Data Popular realizaram uma pesquisa para avaliar a “Percepção da Sociedade sobre Violência e Assassinato de Mulheres”.
O estudo foi realizado em cinco regiões do país, em 100 municípios, através de entrevistas em forma de entrevista domiciliar e indica que 54% dos entrevistados conhecem uma mulher que foi agredida pelo companheiro e 56% conhecem um homem que agrediu a parceira. Nessa relação a percepção geral é de que a mulher sofre mais violência dentro de casa que em espaços públicos.
É interessante que a população em geral tenha um entendimento da violência que é mais progressista que de grande parte do judiciário. Enquanto juízes estão desconsiderando denuncias com base na Lei Maria da Penha de mulheres que não consideram “vulneráveis”, 69% acreditam que violência contra a mulher não acontece só em famílias pobres. 7 em cada 10 pessoas entrevistadas identificaram que o risco é maior dentro de casa e que está é um tipo de violência específico contra as mulheres.
A diferença que foi destacada pela Secretaria Especial de Políticas para Mulheres é que é mais comum a denúncia de mulheres mais pobres que buscam ajuda e dependem do poder público dando maior visibilidade para a violência.
Existe também a compreensão de que o fim do relacionamento é um motivo de risco (43%). E 92% consideram que agressões frequentes podem terminar em assassinato.
Um dado muito significativo da pesquisa é que se a percepção geral sobre a violência contra a mulher melhorou, não mudou a confiança no poder público nem ajudou para que as mulheres se sentissem mais seguras.
Para quem não entende a relevância dos números que demonstram a violência contra a mulher vale mostrar uma comparação feita pelo Banco Mundial: As mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estupro e violência doméstica do que câncer, acidentes de carro, guerra e malária, de acordo com dados do Banco Mundial.