Na tarde dessa última quinta-feira, dia 3, realizou-se mais uma rodada de reuniões de acordo entre os grevistas das três universidades públicas de São Paulo e os respectivos reitores, que compõem o Cruesp.
Durante a reunião os reitores reiteraram novamente a proposta de adiar a discussão do reajuste salarial para o meses de setembro e outubro que são historicamente marcados pelo aumento da arrecadação do ICMS, imposto revertido para o financiamento das universidades.
"Acho que existe uma diferença na forma de falar: eles [grevistas] dizem arrocho, e nós dizemos que estamos adiando o dissídio para o segundo semestre" afirmou a presidente do Cruesp, Marilza Rudge.
Rudge ainda chegou a analisar a possibilidade de um aumento de 5% na Unesp, onde é vice-reitora, no entanto afirmou que ficaria com "poucos recursos para administrar a universidade depois disso". Já o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, já havia se pronunciado favorável a um reajuste de 5,2% e alegou que o "reajuste" zero partiu do então reitor da USP, Marco Antônio Zago, que por sua vez não participou da reunião e foi abertamente criticado pelas entidades sindicais das universidades, e em seu lugar mandou o vice-reitor, Vahan Agopyan.
O conselho também pretende formalizar a criação de grupos trabalho para discutir a isonomia entre as instituições paulistas e a assistência estudantil, assim como deixar disponível as informações orçamentárias das universidades e a partir disso analisar a pauta específica de cada unidade na greve.
Segundo o professor da USP e representante do fórum das entidades, Celso Minto: "Vamos discutir nossas demandas específicas só depois de tratar da pauta unificada" e que "eles [reitores] estão profundamente intransigentes. Com certeza, vai aumentar a indignação das categorias" concluiu.
Em 2013, o reajuste concedido foi de 5,39% equivalente a inflação medida pela Fipe entre maio de 2012 e maio daquele ano. A reivindicação atual é por aumento de 6,78% correspondentes a inflação do período medida pelo DIEESE e mais 3% para reposição das perdas.
Essa última reunião de negociação deixa claro que o Cruesp não quer negociar de maneira a conceder as reivindicações do movimento grevista, mas está apenas procurando um meio de acabar com o movimento.