A vereadora Carla Pimentel do (PSC) apresentou um projeto de lei na Câmara Municipal de Curitiba que prevê a leitura da bíblia nas escolas públicas e particulares da capital paranaense.

Mas já não se trata da educação da moral religiosa, do papel espiritual da religião. A proposta é na verdade uma extrapolação completa disso.

“A minha intenção com a lei é que o livro seja usado para a pesquisa, já que é rico em informações científicas, culturais, arqueológicas. Incentivar essa leitura vai contribuir para a formação de cidadãos de bem e, no futuro, construir uma sociedade mais humana e justa”, diz a justificativa do projeto de lei.

Como se não bastasse muitas escolas terem o ensino religioso e livros didáticos que reforçam o preconceito e a discriminação, agora querem estabelecer a leitura da bíblia já não como livro religioso, mas fonte de “conhecimentos histórico”, científico.

A ideia da vereadora é que a “leitura bíblica” seja conteúdo regular das escolas, além dos livros didáticos, os estudantes teriam a bíblia para consultar.

O caso de Curitiba é mais um de diversas tentativas que se repetem pelo país para transformar o Brasil em uma teocracia cristã. E isso geralmente vem dos que mais condenam outros estados teocráticos, mas que não são cristãos, como os países que tem o islamismo como religião da maioria da população.

O projeto de lei é um atentado ao estado laico. A imposição de uma ou qualquer religião é um ataque ao direito de liberdade religiosa, e estabelece diferenças entre os cidadãos quanto aos seus direitos de acordo com suas crenças religiosas. Sem falar na tentativa alucinante de apresentar a bíblia como uma fonte para o conhecimento científico. O que extrapola o senso crítico de qualquer um.

O estado laico deve garantir que cada um seja absolutamente livre para professar qualquer religião que queira ou de não aceitar nenhuma religião.