Estudantes da Unesp de Ilha Solteira ocuparam, no último dia 13, o pátio do prédio central da Faculdade de Engenharia em protesto contra a expulsão de 49 estudantes da Moradia Estudantil. A expulsão ocorreu após a reitoria colocar em prática uma resolução de 2011 que determina um mínimo de 70% de aprovação para o estudante se manter na moradia.
Parte dos alunos foi retirado por ultrapassar o critério de renda máxima requisitada, com alguns casos em que a renda foi ultrapassada em R$15. A renda máxima definida para o estudante ter acesso ao direito do auxílio é de 1,5 salário mínimo de renda bruta per capita da família. Ambas exigências, de nota mínima e da renda, servem apenas para diminuir e dificultar que os estudantes consigam o direito à moradia.
“O estudante vem de outra cidade e não tem onde morar, não tem um restaurante universitário e acaba tendo que abandonar o curso porque não tem um amparo da faculdade. Como são estudantes carentes, muitos precisam trabalhar, e por isso, muitas vezes seus resultados pedagógicos não são iguais aos demais. O que pedimos é a desvinculação desses critérios acadêmicos. Não estamos no alojamento porque queremos e sim porque precisamos”, afirmam os estudantes da ocupação.
Segundo os estudantes, há vaga suficiente para a manutenção dos expulsos na moradia e a medida seria um arbítrio da administração, que não justifica a utilização resolução agora.
Os estudantes reivindicam autonomia para organizarem a moradia estudantil, a reversão das expulsões e garantia de moradia para todos os estudantes recém-ingressos.
O problema da moradia estudantil não é recente e nem uma exclusividade do campus de Ilha Solteira. No ano passado, diversos campi da Unesp entraram em greve e chegaram a ocupar duas vezes o prédio da reitoria e uma das principais e mais comuns pautas era referente a construção e ampliação das moradias estudantis.
O ataque ao direito à moradia dos estudantes é um ataque principalmente ao setor mais pobre e também ao local onde geralmente é foco das mobilizações estudantis. Conseguir desarticular o movimento estudantil é um dos principais objetivos dos governos, para garantir que não haja qualquer resistência nos planos de destruição e privatização do ensino superior estatal.