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Greve 6Brasil - Diário Liberdade - Após decidirem continuar em greve nesta quarta-feira (14/08), 15 mil profissionais de educação do município do Rio de Janeiro, segundo o Sepe-RJ, seguiram em passeata do Largo do Machado até o Palácio da Cidade, em Botafogo.


A greve, inédita em 19 anos, encontrou apoio na passeata, com participação de professorado, estudantado, população e pais e mães. Entre as reivindicações, a categoria quer o reajuste salarial de 19% e o plano de carreira unificado. O Protesto chegou ao fim por volta das 14h30 e na assembleia realizada a decisão foi pela continuidade da greve. Uma nova assembleia será realizada na terça (20/08).

O Sepe entrou em contato com o vice prefeito do Rio de Janeiro, Adilson Pires, que se comprometeu a marcar uma audiência da categoria com o prefeito Eduardo Paes quem, aliás, enfrenta hoje a convocação de um ato contra ele no Palácio de Guanabara. Nesse ato, embora não relacionado com a greve no ensino, critica-se o fechamento de 50 escolas no município, entre outras pautas.

Apesar dos milhares de pessoas nesta histórica manifestação, a Secretaria de Educação não quis renunciar ao seu direito ao ridículo e assegurou não saber nada de qualquer greve na educação (!).

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Galeria de fotos e vídeo

Da autoria coletiva de profissionais em luta por uma educação pública de qualidade, fornecemos a seguir uma galeria de imagens da passeata de ontem no Rio de Janeiro. Em exemplo de trabalho informativo popular, a máquina fotográfica passou pela mão de alguns profissionais da educação presentes no ato. O Diário Liberdade publica o resultado:

Created with Admarket's flickrSLiDR.

Ainda, um vídeo publicado no YouTube pelo usuário Nconscious DarkSideofthestreet, dedicado "à secretária de educação, que disse não saber nada a respeito de nenhuma greve, e a TV Globo que não informou a população de forma precisa a respeito das reivindicações dos profissionais da educação", reflete o ambiente presente no evento:

Carta de uma professora da rede

Nas horas prévias, Lucrécia, Professora de História na rede municipal, explicava em uma carta enviada para este meio as suas motivações para esta greve:

"Sou professora de História do município do Rio de Janeiro e estou em greve. Há 19 anos isso não acontecia na maior rede pública de ensino da América Latina.

Eu e meus pares enfrentamos cotidianamente salas de aula completamente lotadas e péssimas condições de trabalho. Aproximadamente 40 alunos por turma disputam a atenção do docente que, em meio ao caos, luta para ensinar. O seu trabalho não é reconhecido. A remuneração é baixíssima e, em boa parte, composta por bonificações que serão perdidas tão logo chegue a aposentadoria. O bônus cultura, o auxílio transporte e o auxílio alimentação, apesar de serem utilizados para compôr a renda dos professores, não fazem parte do salário. Assim, não são direitos adquiridos para a aposentadoria. Não é raro encontrar relatos de professores que atuam em sala de aula pela manhã, pela tarde e pela noite. O tempo livre é praticamente inexistente em muitos casos. A formação continuada do professor é prejudicada. Quase não há tempo para o estudo e para o preparo das aulas. A satisfação com a realização do ofício por vezes perde espaço e o número de professores em licença psiquiátrica está em crescente. A depressão e o stress são a expressão da dor magisterial.

A Secretaria de Educação manipula informações a seu favor e apresenta um quadro distinto. "A educação no Rio vai bem, muito obrigada." Existe até prêmio na obscura meritocracia do governo: o 14° salário. O 14° salário é um "prêmio" para as escolas que batem metas arbitrariamente impostas pela Secretaria. A omissão feita pelo governo é que para bater as metas uma escola deve funcionar praticamente com "aprovação automática". Isto é, o rendimento do aluno não é corretamente avaliado. E o resultado é amplamente conhecido: o desnível de formação de um aluno proveniente de uma família de baixa renda e dependente do ensino público é enorme com o de um aluno de classe média matriculado em uma instituição particular. É evidente, existem exceções, mas, que fique claro, não são mérito da política governamental.

A situação dos demais profissionais da educação não é melhor. Agentes educadores e merendeiras enfrentam problemas similares. Remuneração baixíssima em carga horária de trabalho extenuante. Há também a carência de profissionais concursados sobrecarregando os poucos que resistem. Atuo em uma escola com aproximadamente 900 estudantes para apenas 4 agentes educadores. Dedicadíssimos, são incansáveis. Ainda assim, a necessidade de novos concursos é urgente. A educação do Rio precisa de mais profissionais.

Muitos de nós estão desistindo da carreira. Profissionais que dedicaram anos à sua formação sucumbem diante do que se tornou o ensino público no Rio. Mas ainda há muitos que persistem na esperança de dias melhores. Numa assembleia com aproximadamente 1.500 pessoas os profissionais da educação decidiram pela greve. Na pauta, solicitamos reajuste salarial, melhores condições de trabalho, um plano de carreira unificado para professores e funcionários administrativos, o fim da política de meritocracia e o 1/3 do tempo de trabalho semanal para o planejamento das aulas.

Atuar na rede municipal de ensino do Rio é um conflito ético. A verdadeira vocação do magistério é o serviço público para todos. O que fazer quando esse serviço não é de qualidade? Como ser condizente com uma educação que apenas faz reproduzir a lógica excludente da nossa sociedade? Por isso eu e muitos colegas estamos em greve. Em greve em defesa do direito à educação pública de qualidade. Estou em greve por uma educação que liberte a todos nós."

 


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