O Brasil que direcionou as políticas públicas para a produção e exportação especulativa de meia dúzia dessas commodities (petróleo, minério de ferro, carne, soja, milho e açúcar) está sendo atingido em cheio pela crise capitalista. Estamos entrando na linha de frente do previsto novo (e apocalíptico) colapso capitalista mundial.
O governo brasileiro e a própria burguesia se encontram em estado de completa perplexidade perante o avançado contágio da crise capitalista no Brasil. A demagogia sobre a suposta blindagem, baseada nas reservas soberanas e o fundo bancário (depósito compulsório dos bancos), caiu por terra a partir do segundo semestre do ano passado, e, com particular intensidade, a partir do segundo trimestre de 2012.
Todos os planos implementados pelo governo, a começar pelas isenções de IPI para a linha branca, de novembro de 2011, não conseguiram mais que arrancar alguns suspiros a mais do falido capitalismo tupiniquim, garantindo as taxas de lucro dos capitalistas, disparando o endividamento público e repassando o peso da crise para os trabalhadores por meio da erosão inflacionária e o arrocho salarial.
As medidas têm sido baseadas na implementação ainda mais profunda das políticas neoliberais – uma adoção em larga escala do programa da direita. O motivo? A completa falta de alternativas, de base material para implementar uma política que as substituam.