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superBrasil - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A política aplicada pelos governos Lula e pelo primeiro governo Dilma tiveram como objetivo fortalecer os capitalistas nacionais e os investimentos produtivos por meio de fortes repasses de recursos públicos. Essa política foi estendida para investimentos em outros países da América Latina e da África. Isso não significa que tenham sido rompidos os acordos com o imperialismo. Muito pelo contrário.


Votação do projeto que altera o cálculo do superavit primário, Novembro de 2014. Foto: Moreira Mariz/Agência Senado (CC BY 2.0)

Os lucros dos bancos nunca foram tão fartos. O percentual do orçamento público destinado a sustentar os serviços da ultra corrupta dívida pública continuaram aumentando, assim como a arrecadação de impostos.

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As políticas dos governos do PT foram sustentadas pelo direcionamento da economia para a produção e exportação especulativas de meia dúzia de matérias-primas. Sobre esta base, o colapso capitalista mundial de 2008 conseguiu ser contido, mas somente durante um breve período. A partir da segunda metade de 2012, os mecanismos de contenção da crise capitalista começaram a naufragar em escala mundial. As empresas brasileiras começaram a acumular prejuízos. O governo do PT começou a aplicar vários programas de resgate, a partir das desonerações de novembro de 2013.

Todos os programas de resgate têm fracassado, no Brasil e no mundo. O imperialismo norte-americano aumentou o aperto sobre a América Latina por causa das perdas sofridas nas demais regiões do mundo.

O governo do PT na mira do imperialismo

Conforme o aprofundamento da crise capitalista continua a passos largos, todos os mecanismos de contenção fracassaram e deixaram os estados burgueses muito endividados e enfraquecidos.

O coração da economia capitalista é a especulação financeira, que atua como um buraco negro que absorbe o grosso dos recursos da sociedade para garantir os lucros do punhado de parasitas que domina o mundo, hoje transformado num verdadeiro cassino financeiro.

O espaço para os repasses de recursos para as burguesias nacionais tem ficado cada vez mais estreito.

No ano passado, o governo Dilma não conseguiu cumprir a meta do chamado superávit primário, a priorização dos recursos públicos destinados a pagar os juros da dívida pública. E não foi um pequeno desvio, mas um desvio gigantesco. O superávit primário original era de aproximadamente R$ 160 bilhões. Por meio de algumas manobras contábeis o governo o transformou em R$ 49 bilhões e, no final do ano passado, com muito esforço, conseguiu rebaixá-lo para R$ 10 bilhões.

A crise com a direita pró-imperialista veio a mil por hora. A política preferencial do imperialismo seria o impeachment do governo do PT e colocar no lugar um governo mais alinhado com o saque dos recursos nacionais e ataques em larga escala contra os trabalhadores. Mas colocar essa política em prática abre o risco de acelerar o desenvolvimento das tendências revolucionárias. Por esse motivo, e sem deixar de lado o objetivo principal, foram impostas uma série de limitações para o segundo governo Dilma. A principal delas está encarnada na figura do banqueiro Levy, o responsável pela política econômica.

Vários cortes têm sido impostos no repasse de recursos públicos para os capitalistas nacionais. Alguns repasses foram cortados, como as desonerações e o controle da inflação por meio dos chamados preços controlados (a energia subsidiada pelo governo).

A especulação imobiliária não consegue ser liquidada, pois ela se entrelaça com a especulação financeira. O corte de recursos para o setor imobiliário apresenta o risco de disparar a inadimplência, gerar um rombo gigantesco nas contas públicas, disparar os passivos do setor financeiro e ameaçar uma parte dos repasses dos recursos públicos para os bancos.

O governo do PT em xeque?

As políticas aplicadas, neste ano, pelo segundo governo Dilma, não têm conseguido conter o aprofundamento da crise nem atingir as metas impostas pelo imperialismo.

O déficit primário, no mês de maio, foi de R$ 8 bilhões, antes do pagamento de juros. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o superávit primário despencou para 0,28% do PIB, muito longe da meta de 1,1% para este ano. Os investimentos públicos, na comparação com o mesmo período do ano passado, caíram 40%. A paralisia da economia levou à queda da arrecadação tributária em 4% no mês de maio.

As políticas aplicadas são recessivas. Elas têm como objetivo priorizar os lucros dos banqueiros a qualquer custo. Na prática, se tratam de políticas parecidas com as aplicadas por Delfim Neto, no início da década de 1980, e que levaram ao estouro do movimento grevista em 1983.

O governo do PT se encontra numa encruzilhada. Ele não consegue romper com o imperialismo, assim como também não consegue atacar em cheio os trabalhadores. Por esse motivo, o imperialismo impulsiona a direita e mantém as movimentações golpistas.


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