A repressão policial e a calúnia da imprensa burguesa também estão no pacote. É uma tentativa de sufocar uma tendência à mobilização que está latente e vem se expressando.
Para se ter uma ideia, em São Paulo nessa terça-feira ocorreram ainda outros dois protestos. A polícia efetuou uma desocupação violenta de uma comunidade e os moradores reagiram. E na Avenida Paulista, antes do protesto contra o aumento das passagens, os próprios policiais estavam se manifestando.
Na tentativa de conter as manifestações, o governo está investindo na repressão contra os manifestantes. Nessa terça, ficou claro que a polícia avançou contra o protesto sem nenhum motivo, contra um protesto pacífico. Os policiais literalmente perseguiram os manifestantes nos metrôs, fechando o metrô, jogando bombas de gás lacrimogêneo nas estações e aterrorizando as pessoas que nem sequer estavam se manifestando. Até mesmo dentro de lojas e de shopping centers os policiais foram.
O mesmo ocorreu no primeiro protesto e também nas outras capitais em que a juventude saiu às ruas contra o aumento.
Um promotor de Justiça chegou a dizer que os policiais deveriam matar os manifestantes e ele arquivaria o processo.
Manifestações na Avenida Paulista e no centro são comuns, embora o ex-prefeito Gilberto Kassab tenha tentado proibir. Por que tanta histeria da direita e tanta repressão?
É uma política repressiva contra as manifestações políticas em geral. É uma tentativa de cassar o direito de manifestação, um direito elementar em qualquer regime que se reivindica democrático.
Essas manifestações não expressam simplesmente uma revolta contra o aumento da tarifa de ônibus e metrô, bem como a repressão não está a serviço apenas das empresas de transporte.
A dimensão que está adquirindo indica uma tendência à retomada das lutas populares em geral. São, nesse sentido, um prenúncio de um movimento grevista e de mobilização geral e que o Estado não tem outro recurso para conter no momento senão a força.
É preciso intensificar as mobilizações, torná-las cada vez mais amplas, numa luta não apenas pela redução da tarifa, mas pela estatização do sistema de transporte e o passe livre.