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031212 criseBrasil - PCO - A bancarrota oito bancos menores nos últimos dois anos deixou um rombo de pelo menos R$ 11 bilhões e expôs a fragilidade dos grandes bancos, cuja quebra levaria a economia ao colapso


Os bancos têm sido obrigados a aumentarem os provisionamentos para cobrirem os futuros rombos com a inadimplência em 19% na média – nada menos que 41% da população está cadastrada no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).

Nos últimos dois anos, oito bancos menores quebraram deixando um rombo de pelo menos R$ 11 bilhões. A persistência das operações fraudulentas revelam a fragilidade do supostamente sadio e forte sistema financeiro brasileiro.

Como o revelaram as recentes bancarrotas de bancos menores (o Panamericano e o Cruzeiro do Sul principalmente), os grandes bancos brasileiros são altamente parasitários dos recursos públicos e a contaminação por títulos podres não para de crescer. Nada menos que R$ 4 bilhões do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), além do dinheiro da CEF (Caixa Econômica Federal), foram aplicados no Banco Panamericano para resgatar, principalmente, os grandes bancos que detinham títulos emitidos pelo Banco. O rombo foi coberto com recursos provenientes do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). A reedição do Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro), que repassou para os bancos privados dezenas de bilhões dos cofres públicos, deverá ser reeditado para salvar os grandes bancos da inevitável bancarrota. Dos 137 bancos, quatro de desenvolvimento e um de poupança que operam no Brasil, os cinco maiores detêm nada menos que dois terços dos depósitos. No caso de um colapso, os efeitos serão catastróficos e levarão a convalescente economia brasileira à bancarrota.

O calcanhar de Aquiles reside, além dos crescentes níveis de inadimplência, na alta dependência parasitária dos recursos públicos, tantos dos lucros fáceis obtidos em operações de carry trade (empréstimos obtidos no exterior a juros muito mais baixos) destinados à compra de títulos da dívida pública, quanto dos recursos repassados pelo governo para estimular o consumo através dos bancos, que rendem as usurárias taxas e tarifas bancárias.

Somente o Itaú-Unibanco provisionou R$ 19 bilhões neste ano devido ao aumento da inadimplência, o que representa 40% das margens dos empréstimos.

Segundo os recentes dados divulgados pelo BC, o crédito tem ficado cada vez mais dependente dos bancos públicos, que são responsáveis por 46,7% do volume total. O spread bancário (diferença entre o custo de captação do banco e a taxa efetivamente cobrada aos clientes) caiu de 22,3% para 22% em outubro, mantendo-se a tendência pelo oitavo mês consecutivo. No acumulado dos últimos doze meses a queda soma 8,8%.

A economia brasileira em direção acelerada à bancarrota

O governo e os economistas burgueses propagandeiam que a situação está sob controle e que não haveria motivos para preocupação; que o endividamento dos consumidores representa "apenas" 50% do PIB, enquanto em outros países supera 100%, e o financiamento imobiliário tem vencimento a longo prazo.

De acordo com os últimos dados publicados pelo BC (Banco Central), o crescimento do estoque do crédito continua sendo o esteroide da economia brasileira estancada – nada menos que R$ 2,269 trilhões, ou 51%,9% do PIB em outubro. No ano, o crescimento acumulado até outubro é de 11,8%; nos últimos doze meses, de 16,6%. O crédito direcionado para o setor imobiliário aumentou nada menos que 38,8% em outubro na comparação interanual. Enquanto o crédito avança vertiginosamente, o crescimento do PIB está estancado e somente consegue ser mantido, de maneira muito precária, em cima de enormes volumes de recursos públicos, o que tem provocado a disparada do endividamento.

O aumento da inadimplência acontece principalmente nos setores de venda de automóveis e bens duráveis, para onde o governo direcionou grande parte do financiamento na tentativa de evitar o colapso da economia e manter os lucros dos capitalistas. A operação equivale a apagar o incêndio com gasolina, ou, dito em outras palavras, as bolhas financeiras continuam crescendo a todo vapor. O estouro da bolha do setor imobiliário, devido aos gigantescos volumes envolvidos, deverá levar o sistema financeiro brasileiro à bancarrota.

O relatório anual do BIS (Banco de Compensações Internacionais), publicado recentemente, confirmou que o percentual da renda dos trabalhadores comprometido no pagamento das dívidas alcança quase 20%, o mesmo patamar da Itália e dos EUA. Mas, enquanto nos EUA esse percentual está encolhendo, no Brasil não para de crescer, da mesma maneira que tem acontecido nos outros chamados países emergentes, como a China, a Índia e a Turquia. A contenção da crise de 2008 por meio do consumo de bens duráveis e imóveis se esgotou e as famílias estão sofrendo o ônus do endividamento adquirido nos últimos quatro anos.

A desaceleração industrial está impactando o emprego. O comércio varejista também apresenta sinais de forte queda.

O aumento do volume do crédito, que está muito longe de ser "moderado", pode até conseguir adiar o estouro das bolhas financeiras, mas o potencial explosivo ficará inevitavelmente muito maior no futuro. O governo do PT se afunda nesse política por causa da falta de alternativas, provocada principalmente pelas amarrações imperialistas e o parasitismo da burguesia nacional, perante a queda das exportações e a desaceleração industrial. O principal mecanismo para manter um certo funcionamento da economia, com o objetivo fundamental de garantir os lucros dos capitalistas, é o repasse de recursos públicos por meio dos bancos estatais, o que tem provocado o crescente aumento do endividamento público, da mesma maneira descontrolada que pode ser observada nos países desenvolvidos. Essa política conduz à estagflação – hiperinflação com a economia estagnada.


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