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dilmaBrasil - Diário Liberdade - Dilma Rousseff é a vencedora no segundo turno das eleições brasileiras com vantagem mínima sobre o candidato Aécio Neves, ligado ao capital financeiro e com apoio da mídia nacional, ao conseguir 51.64% dos votos válidos contra 48,36% de seu adversário. Seu partido (PT) iniciará quarta legislatura consecutiva (duas com Lula e essa é a segunda com Dilma).


Foto: discurso da vitória de Dilma. Por Ichiro Guerra.

Os resultados começaram a ser divulgados quando a apuração das urnas era de 95%, ou seja, ainda havia seis milhões de votos por contabilizar. Com 142.000 milhões de eleitoras e eleitores, a vantagem de Dilma foi de um pouco mais de 3.000.000 (3% dos votos). Ou seja, a mais reduzida nas eleições presidenciais desde o final da ditadura militar (1989), o qual dá ideia de quanto foi polarizado este processo.

Durante a campanha, Aécio Neves, do PSDB – que de social-democrata só tem o nome, já que sua política, muitas vezes, chega a ser fascista - se mostrou arrogante e ultra-reacionário, propondo, entre outras coisas, a redução da maioridade penal para 16 anos. Seus eleitores, que vociferam ofensas às classes oprimidas – apesar de muitos deles pertencerem à essas classes – partiram também para agressões físicas contra militantes e eleitores do PT, o que revela o ódio que essas pessoas têm por qualquer avanço, mesmo que seja mínimo, das classes sociais populares nos últimos 12 anos.

Ódio estimulado pela imprensa capitalista burguesa, que estrapolou todos os limites e fez campanha aberta contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e a favor do candidato ultra-reacionário em seus editorias, mas também em suas reportagens, notícias, entrevistas, ou seja, mesmo nas matérias que são consideradas "imparciais".

Esquerda socialista no segundo turno

Neste segundo turno, os partidos da oposição de esquerda se posicionaram a favor do voto nulo, como foi o caso de PCB, PCO e PSTU, ou de uma oposição a Aécio, como o PSOL, mesmo que isso significasse um voto "crítico" à candidata Dilma Rousseff. Entre os movimentos sociais quase todos fecharam com a Dilma. A Via Campesina, que engloba movimentos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o Conselho Indiginista Missionário e a Comissão Pastoral da Terra declararam voto em Dilma. Assim como fizeram os três maiores movimento de luta pela moradia e reforma urbana no país, Brigadas Populares, MTST e MLB

O crescimento da direita

Diversos fatores podem ter influenciado para quase converter 2014 no ano do regresso da direita neoliberal ao poder no Brasil: do descontentamento de elementos à esquerda, revoltados com algumas das políticas de caráter neoliberal, impulsadas por Dilma Rousseff até à pura manipulação mediática e o descarado monopólio da direita no âmbito comunicativo. Entretanto, abstenção e votos nulos são quase iguais que em 2010, com 21.10% e 4.63%. Descem os votos brancos (de 2.30 para 1.71%).

Ambos serão elementos que deverão entrar na análise pós-eleitoral do PT, que terá pela frente o parlamento (câmara e senado) mais conservador pós-1964.

A necessidade de reformas

Esse desempenho asqueroso da grande mídia revela, além do ódio da burguesia pelos social-democratas petistas, frequentemente chamados de "comunistas" (!) por seus representantes midiáticos mais radicais, a necessidade de uma verdadeira democratização da mídia para que possa ter um equilíbrio maior na opinião pública (que nada mais é senão a opinião da burguesia transmitida através da imprensa corporativa).

Além da democratização da mídia, outra bandeira que une as esquerdas é a reforma política. Atualmente é quase impossível eleger se não recorrer a um dos principais criadores da corrupção, o financimanto privado de campanha. Mês passado, mais de 300 movimentos sociais puxaram um plebiscito e recolheram quase oito milhões de assinaturas para presionar o governo e o congresso para colocar em pauta a reforma política. No discurso de vitória Dilma falou em priorizar essa questão no próximos 4 anos.

Mas só democratização da mídia e a reforma política não basta, há também a necessidade de se fazer reforma agrária, reforma urbana, reforma tributária, auditoria da dívida pública, entre tantas demandas da esquerda e de "Junho", que só poderão ser alcançadas com povo mobilizado nas ruas.

Resultados nos Estados

Com apuração de 100% em todos estados (ou quase) as e os candidatos vencedores foram:

ESTADO GOVERNADOR/A ORGANIZAÇÃO % DE VOTOS
AC Tião Viana PT 51.29
AL Renan Filho PMDB 52.16
AP Waldez PDT 60.58
AM José Melo PROS 55.55
BA Rui PT 55.54
CE Camilo PT 53.35
DF Rollemberg PSB 55.56
ES Paulo Hartung PMDB 53.44
GO Marconi Perillo PSDB 57.44
MA Flavio Dino PCdoB 63.52
MT Pedro Taques PDT 57.25
MS Reinaldo Azambuja PSDB 55.34
MG Fernando Pimentel PT 52.98
PA Simão Jatene PSDB 51.92
PB Ricardo Coutinho PSB 52.60
PR Beto Richa PSDB 55.67
PE Paulo Câmara PSB 68.08
PI Wellington Dias PT 63.08
RJ Luiz Fernando Pezão PMDB 55.78
RN Robinson Faria PSD 54.42
RS José Ivo Sartori PMDB 61.21
RO Confucio Moura PMDB 53.43
RR Suely Campos PP 55.12
SC Raimundo Colombo PSD 51.36
SP Geraldo Alckmin PSDB 57.31
SE Jackson Barreto PMDB 53.52
TO Marcelo Miranda PMDB 51.30

PMDB, PT e PSDB dominam nos estados

A vitória mais contundente foi a de Paulo Câmara (PSB) em Pernambuco. Este era o estado de Eduardo Campos, que morreu de desastre de avião durante o processo eleitoral. Sua vice, Marina Silva, entrou no seu lugar e mudou o quadro. Porém na reta final, do primeiro turno, Marina perdeu a segunda colocação para Aécio Neves. No segundo turno, Marina (ex-militante do PT) acabou apoiando o candidato do PSDB.

O PT que consegue ter o seu primeiro governador em Minas Gerais, terra de Dilma e Aécio, terá 5 governadores a partir de 2015. O PMDB, maior partido do país e que tem a vice-presidência, terá o controle de 7 estados. O PSDB, maior partido de oposição, à direita do governo Dilma, também terá 5. Os outros 10 ficaram com: PSB (3), PDT (2), PSD (2), PCdoB (1), PP (1) e PROS (1). Desses 5 partidos todos eram da base aliada do governo na primeiro mandato de Dilma. Atualmente o PSB é oposição, ao lado do PSDB.

Atualizado às 23:58 (horário de Brasília/Brasil) do dia 26/10/14.


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