A organização BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), que defende o boicote a Israel até a desocupação dos territórios palestinos, pediu para que diversos artistas desistam de suas apresentações marcadas para acontecer em Israel.
O músico Roger Waters, baixista da banda Pink Floyd, mandou duas cartas para Caetano e Gil, pedindo que eles não façam o show em Israel. Na última carta, do dia 7 de junho, Waters conta a história de dois jovens jogadores de futebol palestinos baleados nas pernas por soldados israelenses. Waters conclui a carta dizenque que eles "não estarão presentes no show de vocês em Tel Aviv. No entanto, os homens que os balearam estão livres para comparecer, se desejarem".
Ano passado, Israel lançou uma ofensiva contra a população de Gaza ("Operação Margem Protetora"), que durou de 8 de julho a 26 de agosto de 2014, e deixou 2.310 palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Entre as vítimas, 547 crianças foram mortas durante os ataques israelenses à Faixa de Gaza, 68% tinham menos de 12 anos de idade, 164 delas foram assassinadas por ataques de drones (veículos aéreos de combate não tripulados). Segundo um relatório publicado em abril pela Defence for Children International: "Em uma tendência perturbadora, as evidências sugerem que as forças israelenses dirigiram ataques diretamente a crianças e as mataram ilegalmente com mísseis atirados por drones".
A cada dia da ofensiva, que durou 50 dias, 11 crianças foram mortas pelas forças israelenses, em média. No dia 20 de julho, um dos dias mais sangrentos do massacre de palestinos promovido por Israel durante a ofensiva, 59 crianças foram assassinadas em toda a Faixa de Gaza.
Essas foram as mais recentes atrocidades do Estado de Israel contra o povo palestino, entre muitas outras. Hoje os palestinos vivem em pequenos territórios desconectados entre si dentro de Israel, brutalmente reprimidos pela polícia e pelo exército israelenses, sob um verdadeiro regime de apartheid.
A BDS chama por um boicote para pressionar o Estado israelense. Caetano e Gil, no entanto, na busca por mais dinheiro, não querem saber de boicote nenhum. Vão tocar em Tel Aviv em julho, e embolsar alegremente seus cachês. Por que não?