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Foto - Norbert Suchaneck para Diário Liberdade - Violência policial contra indígenas no RJBrasil - RSPress - Relatório de Violência contra os povos indígenas no Brasil divulgado recentemente pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) aponta que em 2012 aumentaram, de modo preocupante, os casos de assassinatos, ameaças de morte, espancamentos, atropelamentos e a omissão do poder público em relação aos índios brasileiros.


Aurea Fuziwara, do Conselho Regional de Serviço Social do Estado de São Paulo (CRESS-SP), que possui um contato direto com a causa indígena por atuar no tribunal popular, entende que o descaso do governo é uma das principais causas. "A falta de recursos humanos e financeiros para atender às demandas indígenas, além do pouco empenho do governo no que se refere às demarcações, proteção e fiscalização das terras indígenas, são os maiores agentes que contribuem para essa triste realidade", afirma.

No ano passado foram registradas 60 vítimas de assassinatos, contra os 51 casos ocorridos em 2011. A grande maioria das mortes ocorreu entre indígenas do povo Guarani-Kaiowá, com 34 pessoas assassinadas. Nos últimos 10 anos, os levantamentos do Cimi mostram que pelo menos 563 indígenas foram assassinados no país. Uma média anual de 56,3 pessoas.

Outro fato alarmante é o crescente número de suicídios, especialmente em Mato Grosso do Sul, entre os Guarani-Kaiowá. Dados do Ministério da Saúde indicam a tendência de que esta prática pode se tornar ainda mais constante nos próximos anos, principalmente entre os adolescentes e jovens, em função da falta de perspectivas de futuro e o aumento dos conflitos externos e internos. Segundo o ministério, ocorreram no ano passado 56 casos e nos últimos 10 anos, 470.

"A gravidade da situação tem provocado indignação ao redor do mundo, mas os próprios brasileiros mostram-se alheios à realidade. Um grave exemplo é o caso da criança de quatro anos de idade membro da família Guarani-Kaiowá do acampamento de Tekoha Apyka'i, morta por atropelamento e que, segundo o movimento de luta indígena, foi agredida nos mesmos moldes das outras cinco vítimas, sendo que o primeiro foi o seu avô, um líder religioso. Este fato não repercutiu, senão nos gritos do movimento indígena e de outros poucos espaços críticos ao rumo do 'desenvolvimento' do país. Sendo por este tipo de morte, suicídios ou violação de direitos básicos, trata-se de um genocídio", diz Aurea.

Em 2012, foram registradas 26 vítimas fatais de crianças menores de 5 anos mortas por causas facilmente tratáveis. Chamou atenção o maior número de casos no estado do Acre, com 13 vítimas. As crianças morreram acometidas por diarreia aguda e vômito. Os casos se deram na terra indígena Alto Rio Purus. Além do estado do Acre, registraram vítimas os estados do Amazonas (4), Maranhão (2), Mato Grosso (1), Rio Grande do Sul (3) e Tocantins (3).

No estado do Amazonas, crianças indígenas adoeceram pela ingestão de água contaminada, no município de Atalaia do Norte. Os casos ocorreram entre os povos Kanamari e Mayoruna. Indígenas foram estimulados a se deslocar de suas comunidades por políticos, no período eleitoral. Mas foram abandonados após o término das eleições.

"É muito doloroso constatar que essas populações estão sendo dizimadas, anos após anos e que não há uma política pública direcionada a reverter esse processo de aniquilamento", diz Aurea.

O estudo do Cimi é amplo e traz à tona outras questões igualmente graves, tais como os interesses econômicos que sobrepõem-se à legislação ambiental, a questão do acesso ao sistema de saúde por essas comunidades, o jogo de interesses de grandes corporações visando a exploração da terra, os movimentos parlamentares anti-indígenas, entre outros.

"Não podemos aceitar que essas questões fiquem à margem do debate por um país mais justo e solidário. Os povos indígenas merecem respeito e atenção das autoridades. Mas o que vemos é um total abandono. O Serviço Social brasileiro tem se debruçado para compreender este tema, por meio do trabalho direto com a população indígena ou com pesquisas, especialmente na região Norte e Nordeste. Contudo, conforme o IBGE, São Paulo tem a segunda maior população de índios, colocando como pauta urgente o debate sobre a questão indígena nesta região", finaliza.

 


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