Muito perto dos países do Norte da África que protagonizaram a chamada Primavera Árabe está o Saara Ocidental, um território do tamanho da Grã-Bretanha que sofre o último conflito colonial do continente. Seu povo está dividido por um muro de areia de mais de 2 mil quilômetros. Quem ficou do lado ocidental teve de aprender a lidar com a ocupação do Marrocos; quem foi para a zona oriental teve de aprender a sobreviver à base de ajuda humanitária em uma das regiões mais inóspitas do deserto do Saara.

Hoje, organizados em uma república e liderados pela Frente Polisário, os saarauis buscam pressionar as instituições internacionais e os governos a colocarem em prática as sucessivas resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas) que garantem o seu direito à autodeterminação – e o Brasil hoje pode exercer papel de destaque nessa agenda.

Karim Lagdaf e Hamdi Bouiha, representantes do governo saaraui, estão no Brasil para articular apoios e divulgar o conflito, já que sua exposição na grande mídia sempre foi limitada. Seus esforços serão fundamentais para mudar a posição de neutralidade assumida pelo País nos foros internacionais.

Também encontra-se aqui Chaba, representante da União das Mulheres Saarauis e integrante da delegação que participou, na semana passada, do 15o Congresso da Federação Democrática Internacional das Mulheres em Brasília.

Chaba e Karim Lagdaf participarão de uma coletiva de imprensa em São Paulo e esclarecerão dúvidas sobre o conflito, sobre a posição da Frente Polisário nas negociações com o Marrocos, sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados e nos acampamentos de refugiados e a realidade da mulher frente a esse quadro, bem como, em especial, sobre o papel da comunidade internacional e da sociedade civil na resolução desse conflito.

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