Na última quinta-feira, dia 22, faleceu o músico paulistano Alberto Marsicano, aos 61. Ele estava internado na unidade Morumbi do hospital São Luiz, em São Paulo. O hospital não informou a causa da morte a pedido da família, mas sabe-se que ele estava internado desde o dia 12 de agosto após um forte ataque de asma.
O músico brasileiro teve importante papel na introdução da cítara indiana no Brasil. Ele foi aluno de Ravi Shankar (1920-2012) nos anos 1970. Ele além de músico era poeta e tradutor de obras de autores ingleses como John Milton (1608-1674) e William Blake (1757-1827), Marsicano foi um dos introdutores da cítara indiana no Brasil.
Ele tinha uma apresentação agendada para este mês na Casa das Rosas no evento “Hora H”. Segundo o diretor da Casa das Rosas, o poeta Frederico Barbosa, “Ele era muito ligado ao Haroldo [de Campos] (...) foi uma surpresa. Nem havíamos cancelado o evento, pois parecia que ele se recuperaria rapidamente.
O músico foi homenageado no mesmo evento com a exibição de sua última participação em 2012. Marsicano foi indicado ao Grammy em 2007 na categoria de melhor álbum de world music.
Ainda segundo Barbosa, "ele foi um dos maiores músicos do mundo em seu instrumento” e para o músico Cid Campos, “na música, Marsicano tinha um repertório belíssimo de versões para Led Zeppelin e Jimi Hendrix".
A cítara foi popularizada por meio da parceria entre Ravi Shankar e o beatle George Harrison iniciada em 1965 quando o músico indiano fez uma participação no disco “Help!”. Rapidamente Harrison aprendeu com Shankar os fundamentos do instrumento, e o tocou na música Norwegian Wood.
Harrison gravou uma série de músicas em parcerias com músicos indianos, entre eles o próprio Ravi Shankar. Isto foi suficiente para que o estilo se popularizasse. O músico indiano também fez bastante sucesso fazendo apresentações sempre lotadas. As duas mais importantes foram no festival de Monterey em 1967 e no festival de Woodstock em 1969.
Na década 1970, quando Marsicano aprendeu cítara com Shankar, outros grupos como Roling Stones e Animals já tinham introduzido o instrumento em algumas canções.