Movimentos populares, associações, igrejas e sindicatos ocuparam na manhã desta quinta-feira (19) agências do Banco do Brasil em quinze municípios do Espirito Santo. Os manifestantes alegam que a seca que atinge o estado é uma das piores da história e que o governo ignora estes acontecimentos.
Valmir Noventa, membro da coordenação estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), afirma que a crise que o estado enfrenta é a maior da história e as políticas do governo precisam atuar em favor dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, os mais atingidos, segundo ele.
“Fica claro como o modelo de produção do agronegócio defendido pelo governo fez com que os impactos dessa seca fossem muitos maiores. Estamos agora reivindicando que o governo cumpra com seu papel, existem famílias que perderam toda sua produção, é inadmissível que os bancos queiram cobrar das famílias o que foi destruído pela seca” relata Valmir.
O MPA diz que os governos estadual e federal não apresentaram nenhuma proposta para atender as famílias camponesas.
Valmir explica que ocupar as agências é uma forma de protestar contra os valores cobrados pelo crédito “Não existe condição alguma das famílias pagarem os créditos já que a produção foi toda comprometida pela seca, os camponeses e camponesas tem o direito a anistia dessas dividas, os que mais sofrem com a seca não vão pagar por essa conta”, concluiu Valmir.
As organizações exigem audiência para que os agricultores vítimas da seca sejam anistiados das dívidas de créditos agrícolas e para o desenvolvimento de projetos de recuperação ambiental e investimento para a transição à agroecologia, bem como ensino de educação ambiental nas escolas públicas.