Ônibus mais lotado que o costumeiro, ruas totalmente congestionadas. Chego atrasada à estação já preparada para pegar um metrô extremamente devagar, quando me deparo com rios de pessoas e olha que nem passei pela catraca! A única informação que consegui captar — por escutar a conversa alheia — foi a falha de alguma coisa.
A única saída que tive foi ir ao ponto de ônibus e, sinceramente, não vi diferença. Nem melhora, nem piora. Perdi-me em segundos de distração e preocupação. Encontrei-me com um esbarrão, o grito de uma senhora apressada e algumas pessoas com os olhos fulminantes voltados a mim. Quando entendi a situação, a dona já estava longe.
Cara, o que eu tenho a ver com isso?
Será que ela não sabe que somos conduzidos por isso há décadas, décadas em que foi imposto o trabalho à humanidade?
Será que ela não sabe que o ponto não está abarrotado por causa das pessoas e sim pelas condições de transportes oferecidas?
Será que ela não sabe que a única coisa que importa é que chegamos ao trabalho no horário certo e que se foda a qualidade?
Será que ela não sabe que bater e ofender quem está a sua volta não vai mudar absolutamente nada?!
Verdade... Ela não sabe.
Missão cumprida.