A exploração do minério, no entanto, é feita por empresas estrangeiras e uma única família no país, sob preços subfaturados e contrabando.
A maior parte da exploração no país se dá em Araxá (MG), pela empresa CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração) da família Moreira Salles, uma das mais ricas do Brasil. Ela é subsidiária de uma empresa estrangeira, a Molycorp, parte da empresa americana Union Oil.
A exploração é concedida pelo governo e foi renovada, sem qualquer reavaliação, em 2003, pelo governo de Aécio Neves (PSDB), através da CODEMIG, responsável por administrar o minério no país. À época, a estatal possuía como vice-presidente, Antônio Leonardo Lemos Oliveira, também dirigente da redação da Globo.
Apesar de o Brasil ser o maior exportador das ligas de nióbio, quem determina o seu valor é estabelecido pela Inglaterra, com preços subfaturados. Além disso, há fortes suspeitas de que grande parte do material saia do país por meio de contrabando.
Pelo menos R$ 210 bilhões de imposto são sonegados pela exploração deste minério. Com este valor, o governo poderia extirpar praticamente todo imposto cobrado diretamente da população. Isto acontece, pois ele é vendido a quase 1% do valor real de mercado.
Esta espoliação é garantida com a conivência dos governos, do Ministério Público e até do Ibama, que também estaria envolvido no contrabando. A situação, em que o mineral é entregue praticamente de graça para os estrangeiros, é comparada com a exploração do petróleo.
Este problema coloca a necessidade de se expropriar as minas do nióbio, colocando elas sob o controle dos trabalhadores, garantido que a exploração não seja entregue de graça para o imperialismo.