O Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) divulgou neste mês o SAD (Boletim do Desmatamento) referente ao mês de junho de 2012.
De acordo com o SAD, foram desmatados cerca de 34,5 quilômetros quadrados, em junho de 2012, na Amazônia Legal, programa do governo federal que viabiliza legalmente a extensão da fronteira agrícola na Amazônia.
O estado do Pará é responsável por cerca de 60% do desmatamento. Entre agosto de 2011 e junho de 2012, o programa Amazônia Legal é responsável pelo desmatamento de 907 quilômetros quadrados, dos quais o Pará é responsável por cerca 34%, ou 309 quilômetros deste total. A proposta de dividir o estado do Pará em três estados tem como objetivo facilitar ainda mais a depredação tanto para as atividades agrícolas quanto para as mineração – neste caso, por trás está a Vale, qualificada por votação popular, como a pior empresa do mundo em 2011.
Em seguida, aparece Mato Grosso, responsável por 32% com 293 quilômetros quadrados.
A Agência Europeia, por intermédio de uma animação (vídeo) que mostra a evolução do desmatamento de 1986 a 2010, mostrou que o estado de Rondônia teve mais da metade de sua área florestal destruída. O vídeo mostra que, enquanto a área central permanece verde, o desmatamento tem aumentado pelas bordas do estado ao longo do tempo. Esse fenômeno é muito comum em todas as regiões da Amazônia.
Por trás do avanço da destruição da Amazônia está a obtenção de lucros a qualquer custo
O acelerador do processo foi a imposição pelo imperialismo da nova divisão mundial do trabalho, após o colapso capitalista de 2007-2008, na qual ao Brasil correspondeu o papel de exportador de matérias primas por meio dos mercados futuros especulativos.
O avanço da fronteira agrícola, por meio do desmatamento, tem liberado, de maneira depredadora, para o chamado agronegócio, extensas áreas territoriais que têm sido destinadas à produção de commodities (soja, minério de ferro, gado) e a instalação de infraestruturas para escoamento de madeira retirada ilegalmente. A construção de hidrelétricas em toda a Amazônia, que tem como caso mais esdrúxulo a construção da Hidrelétrica do Xingu, visa viabilizar o repasse de recursos públicos bilionários para obras altamente depredadoras e extremamente ineficientes - Xingu, por exemplo, deverá permanecer parada quatro meses por ano devido à enorme queda do volume de água do Rio Xingu.
Mais de um terço de todas as espécies do mundo vivem apenas na Amazônia. Ela desempenha um papel fundamental no equilíbrio do clima global, e abriga grande variedade de plantas, animais e insetos.
Ao contrário de outras formações florestais, as florestas tropicais não voltam a crescer quando são destruídas e, devido à sua composição. E o pior - o solo não é adequado para a agricultura a longo prazo!
Mas, obviamente, nenhum desses argumentos importa para as multinacionais imperialistas aliadas aos latifundiários, o setor mais reacionário da burguesia nacional. O aprofundamento da crise capitalista mundial desatou uma espécie de corrida frenética ao tesouro, onde o objetivo é a obtenção de altas taxas de lucro a qualquer custo.