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invertaBrasil - Diário Liberdade - O Jornal INVERTA, órgão oficial do Partido Comunista Marxista-Leninista (Brasil) foi fundado em 20 de setembro de 1991.


Capa da primeira edição do Jornal INVERTA, de setembro de 1991.

Nesta sexta-feira (6) e sábado (7), para comemorar o aniversário de 24 anos do jornal, está sendo organizado no Rio de Janeiro o X Seminário Internacional de Luta contra o Neoliberalismo, com o tema "A Crise do Capital: Guerra Imperialista e Golpe Neoliberal", no qual os participantes discutirão e analisarão seus reflexos na economia, nos meios de comunicação e no sistema judiciário.

Também se comemora, junto com os 24 anos do INVERTA, os 23 anos de circulação no Brasil do Granma Internacional (órgão oficial do Partido Comunista de Cuba) e os 11 anos do acordo entre o jornal brasileiro e a agência Prensa Latina.

O Diário Liberdade entrevistou o editor-chefe e fundador do Jornal INVERTA Aluisio Bevilaqua, cientista político e doutor em Educação Brasileira.

Diário Liberdade: O INVERTA é o órgão oficial do Partido Comunista Marxista-Leninista (Brasil). Como foi o processo de criação do jornal e o seu papel na construção e organização do partido?

Aluisio Bevilaqua: Em primeiro lugar, o jornal surgiu antes do processo que instaurou a refundação do Partido Comunista Marxista-Leninista (Brasil). O INVERTA foi um jornal criado pelas organizações populares, associação de moradores, movimentos de trabalhadores rurais, sindicalistas e intelectuais que formam o Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais, e que, a partir dele, construíram o INVERTA. Esta é sua origem, como um jornal vinculado ao movimento OPPL e ao CEPPES e, justamente, a partir dele, se desenvolveu um processo de debate que levou à formação do Congresso de Refundação do Partido sob o princípio marxista-leninista, sendo reconhecido no próprio congresso como seu órgão central.

DL: Qual é a linha editorial do INVERTA?

aluisio

AB: A linha editorial do INVERTA cumpre duas finalidades principais: informar aos leitores sobre os fatos relevantes que acontecem no Brasil e no exterior, realizando uma combativa resistência aos monopólios de comunicação burgueses dentro de nossas possibilidades, mas também proporcionar uma formação política através de textos analíticos que consideramos de maior alcance a cerca dos acontecimentos nacionais e internacionais, divulgar e cobrir os movimentos de luta pelo Socialismo no país, particularmente os realizados pelo trabalho desenvolvido pelos militantes que estão em torno do PCML. O jornal não somente procura defundir notícias que devem chegar aos leitores, mas também propõe um caminho de desenvolvimento da luta sob os princípios da análise marxista-leninista.

Aluisio Bevilaqua, editor-chefe e fundador do Jornal INVERTA. Foto: Divulgação INVERTA

DL: Como o jornal é produzido, custeado, já que a realidade da imprensa alternativa brasileira é de precaridade e muito pouco investimento, e que o PCML – como não é um partido legalizado – não recebe nenhuma ajuda do Estado?

AB: O jornal tem sua sustentação nos trabalhadores e nas forças progressistas como demonstra a própria origem do jornal, a partir dos movimentos organizativos e de luta dos trabalhadores, já citados. Desde o seu surgimento, são eles que compram o jornal em banca, fazem assinatura do jornal, e quando o periódico enfrenta maiores dificuldades são essas forças que se reúnem para buscar uma via de solucioná-las. O INVERTA não tem propagandas porque as propagandas que admitimos são as que não contrariam sua linha editorial comprometida com a transformação social. Também nos apoiamos nas assinaturas oriundas de várias partes do país, em quase todos os estados, que acompanham as publicações. Quando enfrentamos momentos mais difíceis não conseguimos manter uma periodicidade diária, como a mídia oficial, mas sempre mantendo a regularidade de sua publicação, e essa tenacidade tornou o INVERTA, o jornal de esquerda, definido pelo socialismo, com maior tempo de circulação no país.

DL: Como é o processo de distribuição do jornal?

AB: Nós fazemos a distribuição própria em bancas, assinaturas e a ação política com o jornal de diversos simpatizantes, que formam fóruns de debates.

DL: Qual a relação do INVERTA com o Granma e a Prensa Latina? Existe um acordo com o governo cubano para a circulação desses jornais no Brasil?

AB: O Jornal INVERTA é um jornal que por sua linha editorial é muito próximo da linha editorial do Granma Internacional, órgão oficial do Partido Comunista de Cuba e, em função dessa proximidade político-ideológica com a revolução, compreendemos a necessidade da circulação no Brasil do Granma Internacional de Cuba em Português, e a partir disso o INVERTA se comprometeu a realizar um acordo consularizado há 23 anos, mantendo economicamente este processo de reimpressão e circulação do Granma em nosso país, numa demonstração de solidariedade com Cuba e também com o povo brasileiro, que passa a obter essa relação informativa com Cuba. Em relação à Agência Latino-Americana de Notícias – Prensa Latina, fundada por Ernesto Che Guevara e Jorge Ricardo Masetti, também permanece a proximidade da linha editorial do próprio INVERTA com a Prensa Latina para que as informações reais de Cuba e da América Latina sejam conhecidas e divulgadas ao mundo. A Prensa realiza esse trabalho divulgando uma visão latina dos acontecimentos mundiais. O INVERTA, há 11 anos, assinou um acordo também consularizado e reconhecido pelas relações internacionais com a Prensa.

DL: Qual é a posição do INVERTA e do PCML sobre o cenário político e econômico mundial, de crise capitalista?

AB: O que tem sido produzido em termos de análise da realidade nacional e internacional identifica a existência de uma crise no capitalismo, em termos de sistema, que esta é uma crise profunda, que definimos como uma crise orgânica do próprio capitalismo, pois atinge os dois elementos fundamentais das forças produtivas dentro do modo de produção capitalista, que é a força de trabalho e os meios de produção através dos dois elementos que atuam sobre esses elementos que compõem a força produtiva: a ciência sobre os meios de produção, através da tecnologia, e educação, adestrando a classe trabalhadora. Essa relação dentro do capitalismo se alterou, aprofundando nos países desenvolvidos, com a substituição da força de trabalho pela tecnologia, alterando a composição orgânica do capital.

Nos países mais avancados essa composição é mais alta enquanto que nos países em desenvolvimento é baixa. Essa diferenciação acarreta uma mudança na composição do valor e nos preços das mercadorias, levando à queda do tempo socialmente neessário para produzir os produtos essenciais à subsistência humana, fazendo com que o valor do trabalho seja diminuído na composição do valor destas mercadorias e esse desequilibrio do valor, em termos gerais, faz com que haja uma crise que se manifesta em termos financeiros. Assim, para que os países de alta composição orgânica mantenham sua base de valor, eles necessitam que os países de baixa composição transfiram a mais-valia para esse centro e fazem isso através da troca desigual e dos mecanismos financeiros, como as taxas de juros e as taxas de lucro.

Esse processo é que tem explicado as crises financeiras vividas nesse período e também porque essa crise, por ser orgânica, se diferencia das crises cíclicas do sistema que decorrem da lei geral da acumulação, provocando uma alteração nela, e com isso as crises cíclicas do capitalismo aprofundam cada vez mais a crise orgânica da estrutura do capital, o que explica por que o Brasil chegou à crise no momento atual.

Em uma tentativa de sair da crise mundial os grandes centros do sistema como os Estados Unidos e a Europa forçaram países como o Brasil, a China, a Rússia, a Índia, a África do Sul a manterem a taxa de crescimento, enquanto eles focaram sua ação neocolonialista na África e Oriente Médio. Essa crise ao chegar no Brasil no final de 2013 e início de 2014 tomou contornos especiais, pois o país não conseguiu manter o ritmo de crescimento e a classe dominante, principalmente seu empresariado, se adiantou à crise e sabendo que não iria sustentar o crescimento, não realizaram sequer a reprodução simples em 2014 do que foi investido em 2013, obrigando o governo a investir, cobrindo aquecimento da economia, o que levou em parte ao desequilíbrio fiscal das contas do governo, que se acentuou com o retorno da crise internacional nos Estados Unidos e Europa, com o Japão estagnado, em um momento político que tende ao fascismo, às crises migratórias, etc.

DL: O PCML vem participando de manifestações populares em defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff e o INVERTA vem denunciando os movimentos golpistas da direita. Qual a estratégia defendida pelo partido na atual conjuntura?

AB: Diante dessa conjuntura, a crise política que o Brasil enfrenta, a partir da falta de investimento do próprio empresariado brasileiro, também tem muito da crise internacional e muito de boicote ao segundo mandato do Governo Dilma Rousseff, a fim de aniquilá-lo, inicialmente, com a clara tentativa de golpe eleitoral, e como não conseguiram, a atual tentativa de golpe institucional. A posição do jornal é radicalmente contra esse retrocesso que querem as oligarquias e o atraso que representa às conquistas do povo trabalhador e das massas trabalhadoras no que se refere à melhoria das condições de vida na sociedade, assim, estamos na linha de frente da luta contra o golpe, como pode-se compreender com a realização no dia 6 e 7 de novembro do X Seminário de Luta contra o Neoliberalismo.

DL: E quais são as expectativas para o X Seminário de Luta contra o Neoliberalismo, em comemoração aos 24 anos do INVERTA?

AB: O Seminário de Luta Contra o Neoliberalismo proporá a defesa de um debate profundo na sociedade brasileira sobre o significado da crise do capital e a relação existente com a situção econômica e política no país. Torna-se cada vez mais necessária a realização de uma campanha de denúncia contra a ação criminosa da mídia oligárquica no Brasil. E como não poderia deixar de ser, o seminário buscará organizar os trabalhadores brasileiros, jovens, intelectuais para resistir e enfrentar o golpe neoliberal, chamando à união das forças democráticas, populares e socialistas.


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