Publicidade
Publicidade
first
  
last
 
 
start
stop
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (3 Votos)

carta-capitalBrasil - Jornalismo B - A morte do presidente venezuelano Hugo Chávez foi, sem dúvida, o grande fato político, histórico e jornalístico da última semana.


Presidente da Venezuela por 14 anos, vitorioso em sucessivos processos eleitorais dos mais diversos tipos, Chávez morreu como o mais influente e um dos mais prestigiosos líderes da esquerda mundial. É claro que a direita, incluindo sua mídia, não poderia perdoar as realizações do governo Chávez na Venezuela. Não pode e não poderá perdoar jamais a aproximação entre o poder e o povo que sobre ele tem direito, mas é impedido de exercê-lo. Por isso não perdoa Chávez. As capas das quatro revistas semanais brasileiras de maior circulação reafirmam essas contradições.

A Carta Capital, como de costume, trouxe a capa mais sóbria. Um rosto de Chávez colorido em vermelho, branco e azul – as cores da bandeira venezuelana – olha o infinito, complementado por um singelo "A morte de um líder" como título, e simplesmente "Hugo Chávez (1954 – 2013)" como linha de apoio. Sem confetes mas sem agressões, com a seriedade e a sobriedade que a revista costuma tratar os grandes fatos. Foi a capa mais apropriada entre as quatro semanais, a mais jornalística, a mais séria. E esse olhar comparativo é fundamental para mostrar a linha seguida por cada publicação. A existência da Carta Capital é fundamental para desmascarar o não-jornalismo das outras três, e nesse caso não é diferente.

veja

A Veja também incluiu o "1954 – 2013", mas escrito sobre uma meia face do presidente venezuelano que olha sombria para o lado, enquanto o que falta do rosto está encoberto por uma sombra escura. O título carrega na postura editorializada e pouco jornalística que a Veja tem o costume de assumir. A adjetivação, marca da revista quando trata-se de temas políticos, não deixa de estar presente. O título é "Chávez – A herança sombria". Segue o posicionamento que a revista sempre teve em relação ao Chávez e a tudo o que cheire a esquerda, que cheire a transformação, que cheire a povo.

epoca

A revista Época conseguiu a proeza de ser mais virulenta e agressiva do que a Veja, quase sempre insuperável no despeito com que trata todas as pautas a que dá destaque. Além de um título e uma imagem no mesmo sentido das da Veja, a Época, publicação da Editora Globo, destila ódio em subtítulos. A capa parece uma cópia da capa de Veja, apenas acrescida desses desaforos a mais. A imagem é semelhante à da Veja, apenas meio rosto de Chávez aparece. A manchete é "Depois de Chávez", deixando o legado e a figura do líder já em segundo plano, já descartado. Mas é nas chamadas secundárias que aparece todo o rancor da Globo e de sua revista contra a Revolução Bolivariana. Época não faz qualquer esforço para aparentar algum nível de sobriedade analítica. Como um panfleto mal feito, simplesmente ataca, agride e distorce. Os subtítulos: "O homem que quis se transformar em mito"; "Por que a América Latina precisa se livrar de seu legado"; "O fracasso de seu governo na Venezuela"; "O sucesso dos países que fizeram o contrário do que ele pregava". Chamadas editorializadas, cheias de juízos de valor, de conclusões prévias que a revista pretende impor ao seu leitor. Quer impedi-lo de pensar. Ignora a grande popularidade de Chávez ao chamar seu governo de fracassado, e com isso desrespeita a soberania do povo venezuelano, desrespeita a inteligência da população da Venezuela e de seu próprio leitor.

istoe

Finalmente a Isto É mostrou que não guarda qualquer preocupação com o bom jornalismo, não guarda qualquer preocupação com a noção histórica ou com o debate sobre os grandes temas sociais. Sua capa mostra que a preocupação comercial está muito acima de qualquer outra, a ponto de, para colocar a morte do cantor Chorão em destaque, relegar o principal fato da semana a uma pequena tira na parte de cima da capa. E, mesmo nesse pequeno espaço, consegue apresentar o tom que terão suas páginas internas, ao classificar o presidente como "caudilho" e dar destaque ao que virá, e não ao que foi, na chamada "Hugo Chávez – Para onde vai a Venezuela depois do caudilho".

 


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

first
  
last
 
 
start
stop

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.