A organização Repórteres Sem Fronteiras Pela Liberdade de Informação (RSF) divulgou nesta quarta-feira (31) o relatório sobre liberdade de imprensa de 2013. No ranking, que analisa a situação 179 países, o Brasil ficou em 108º, caindo nove posições em relação ao ano anterior.
O país tem caído na maioria dos relatórios e esta é a pior posição que o Brasil alcança. O melhor resultado foi obtido em 2002, quando saiu o primeiro relatório da ONG francesa, ficando em 54º.
Segundo a organização, os principais motivos para o país estar em tal posição são o alto número de assassinatos de jornalistas e pessoas ligadas à profissão, processos e censuras prévias contra jornalistas e meios de comunicação, além da concentração da mídia em poucas mãos.
Apenas em 2012, cinco jornalistas foram mortos no Brasil. O número é o maior da América do Sul e o 5º maior do mundo. No relatório, a ONG afirma que pelo dois dos casos ocorridos desde 2010 tiveram motivações políticas, Francisco Gomes de Medeiros e Ednaldo Figueira, ambos blogueiros do Rio Grande do Norte.
Em relação aos processos contra jornalistas, a RSF relembra um caso também do Rio Grande do Norte. O jornalista Carlos Santos foi condenado a pagar R$ 6 mil reais por publicar comentários contra o prefeito de sua cidade.
Sobre concentração dos meios de comunicação, a organização afirma que vários políticos possuem um ou mais empresas na área, seja diretamente ou por meio de laranjas.
Toda esta situação reflete em parte a tamanha censura vivida no país. Enquanto grandes grupos midiáticos têm o aval do governo para publicarem o que quer, organizações independentes e pessoas que se aventuram a criar blogs estão sujeitos a todos os tipos de ataques.
É preciso fazer uma verdadeira reforma na imprensa no Brasil. Para que a imprensa se torne minimamente democrática, é preciso cancelar as concessões dadas para os barões da mídia e os espaços, na televisão, rádio e imprensa escrita devem ser divididas entre as diversas organizações no país de acordo com a sua representatividade.