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2015 04 24 17.05.31Brasil - Esquerda Marxista - Os jornais, escritos ou na TV, mostram um verdadeiro caos no poder público do País: as principais autoridades – a Presidente, os Presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, todos suspeitos de atos ilícitos que poderiam levar à cassação ou ao impeachment.


Foto: Diário Liberdade

O povo, os trabalhadores e jovens, assistem enojados a esse desfile de hipocrisia dos políticos e partidos políticos da ordem.

Enquanto isso, a vida real só piora. A inflação chega a 10% nos números oficiais, mas nas contas domésticas, no supermercado, no posto de gasolina, nos restaurantes, a alta dos preços é muito maior. Eles lá em cima esperneando pra ver quem roubou menos ou quem escondeu mais e aqui embaixo o povo sofrendo.

A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) mostra que a taxa de desemprego no país chegou a 8,7%. Os desempregados jovens já chegam a quase 20%. São 8,8 milhões de trabalhadores sem emprego no país. Já os dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que entre setembro de 2014 e setembro de 2015, foram fechados 1,24 milhão de postos de trabalho com carteira assinada.

O capitalismo atravessa sua pior crise desde 1929 e quem paga o preço é a classe trabalhadora, que sofre com o desemprego e a retirada de direitos. No mundo inteiro, crescem as guerras, mais de 100 milhões de refugiados que migram para poder sobreviver, o desemprego e a fome voltam com força total. O capital, para ter lucro, ataca duramente os trabalhadores e os jovens. Enquanto isso, o lucro dos bancos (Bradesco, Itaú, Santander, etc.), aumenta em mais de 10%. A inflação sobe, o emprego some e os bancos ganham. Levy, representante do capital financeiro, não resolveu as contas do governo. Mas o lucro dos bancos continua garantido.

As manobras do governo, do PT e de Lula

O aprofundamento da crise econômica é a raiz da ampliação da crise política. O governo Dilma, com seu estelionato eleitoral, bate seguidos recordes de impopularidade.

A atitude do governo para se salvar é ir mais à direita e curvar-se ainda mais aos capitalistas. Após as medidas contra direitos trabalhistas e previdenciários, dos cortes no orçamento em áreas sociais e de já ter montado um ministério ao gosto da burguesia, realiza uma reforma ministerial em que entrega mais ministérios para o PMDB (o orçamento sob controle do PMDB é maior que do PT!). No entanto, a manobra não dá resultado, a pauta do “ajuste” segue parada frente às contradições da própria burguesia que o congresso reflete, como a retomada da CPMF.

A resolução eleitoral da última reunião do Diretório Nacional do PT, em 29/10, segue pregando a manutenção das alianças com a direita que geraram a desmoralização e a falência política do partido.

Lula, um dos organizadores do desastre, comparece à reunião, faz um discurso para blindar Eduardo Cunha e defende a coalizão com a direita e admite que “nós ganhamos as eleições com um discurso e depois das eleições nós tivemos que mudar nosso discurso e fazer aquilo que a gente dizia que não ia fazer”. Em seguida completa, defendendo o ajuste fiscal: “A prioridade zero - se quisermos começar governar esse país, de fato - é criar condições para aprovar as medidas que Dilma mandou para o Congresso Nacional a fim de que ela encerre definitivamente o ajuste”.

Para os sindicalistas da CUT criticou a mudança do discurso do governo, para a direção do PT diz que foi necessária. Para uns “vaza” críticas ao ajuste, para outros defende o ajuste. Ele se contradiz nas palavras, no discurso, mas a ação final diz tudo: Lula cumpre o seu papel de principal organizador da defesa do ajuste que a direção do partido aprova.

Na resolução de conjuntura da direção do PT, páginas e páginas para explicar que existe uma “onda conservadora” e a “preparação de um golpe”, utilizando isso como pretexto para a defesa do governo. E o mais escandaloso, a defesa da volta da CPMF, imposto que recai sobre as costas da classe trabalhadora.

A “esquerda” dentro do PT, apesar de criticar o ajuste, mostrou bem a que veio no congresso da CUT, ao defender, junto com a Articulação Sindical, o PPE (Programa de Proteção ao Emprego), que reduz salário com a redução da jornada de trabalho, contrariando a posição histórica do PT e da CUT, de redução da jornada sem redução do salário.

Na reunião da direção do partido, essa “esquerda” votou em outro texto, mas que apenas diferia no método – propunha rebaixar os juros e voltar a política de “investimentos”, deixando a luta pelo socialismo para o próximo milênio.

A oposição de direita

A direita parlamentar (PSDB, DEM, PPS, Solidariedade, maioria do PMDB, etc.) faz um show midiático em torno dos pedidos de “impeachment” de Dilma.

A FIESP e seu presidente, Paulo Skaf, faz uma campanha multimilionária contra os impostos e a nova CPMF.

Na atual situação, nenhum governante é capaz de garantir a estabilidade. Os setores majoritários da burguesia sabem que essa é a situação e, por isso, não estão empenhados na via do impeachment, sabem que essa via pode desatar uma situação ainda mais incontrolável.

Os que falam de uma onda conservadora se “esquecem” das enormes mobilizações e greves de massa, professores e servidores no Rio (onde o PT está no governo), no Rio grande do Sul, no DF, da greve nacional dos bancários, petroleiros, das mobilizações em São Paulo contra o fechamento de escolas pelo governo Alckmin, da resistência da classe operária contra as demissões. Os trabalhadores não estão desmoralizados, nem acuados.

Não existe “onda conservadora”. O que existe é polarização social, o assanhamento de grupos de direita, exacerbação da luta de classes, e uma pequena burguesia desesperada e despolitizada, vendo o seu padrão de vida cair e indo às ruas cada vez com menos força.

O que a burguesia faz nesse momento é atacar o PT, com o objetivo de desmoralizar a esquerda e a luta dos trabalhadores. Esse é o sentido das investigações da Lava Jato e agora da Zelotes, que selecionam os dirigentes do PT para serem presos e investigados, com o sonho de ter as condições políticas de vestir um uniforme de presidiário em Lula.

O maior perigo para a “esquerda”, para o movimento dos trabalhadores e da juventude (seja em suas expressões políticas, seus partidos, seja nos sindicatos e movimentos sociais, MTST, MST, entidades estudantis, etc) é o fortalecimento do aparato repressivo do estado, tanto em nível de armamento, como nos convênios com a DEA (Agencia Anti-drogas dos EUA) e com o FBI (Polícia Federal dos EUA) e na legislação repressiva. A prisão e julgamento dos ativistas de 2013 no Rio concentra de certa forma este tipo de ataque; a repressão que se anuncia na greve da Petrobras pode agravar de sobremaneira esta situação.

Para completar o quadro, destaca-se o envio do projeto de lei que tipifica o crime de terrorismo, e que cria as condições para ampliar a criminalização dos movimentos sociais. Tal intenção ficou evidente com as mudanças do PL no senado, e a retirada do parágrafo que excluía da lei “pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria profissional, direcionados por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais”. Agora o caminho está escancarado para todo aquele que fechar uma avenida, ocupar um edifício público, ser considerado um terrorista.

Unidade e luta!

Dilma, isolada por todos os lados, segue com os ataques aos trabalhadores, diz que o ajuste é necessário agora para o país voltar a crescer, sendo essa a única forma de garantir empregos e boas condições de vida, é a típica resposta dos reformistas: quanto mais capitalismo mais felicidade.

Ninguém mais confia em Dilma, em especial os trabalhadores, que estão sentindo na carne o desemprego, arrocho e inflação. A rejeição a Lula e aos políticos em geral, que aparece nas pesquisas, mostra o outro lado das dificuldades da burguesia, que gostaria hoje de produzir um “salvador” da pátria que fosse confiável.

A classe trabalhadora resiste e luta. Junho de 2013 abriu uma nova situação política que segue se desenvolvendo, com as greves e manifestações.

A resistência contra a capitulação das direções sindicais foi vista no Congresso da CUT, onde 30% dos delegados votaram contra o PPE, contra a orientação da direção majoritária, em um combate encabeçado pelos delegados da Esquerda Marxista.

O combate pela frente única, pela unidade, é fundamental nesse momento de duros ataques e de fragmentação da classe, por isso lançamos o Manifesto por uma frente de esquerda.

Com esse sentido participamos da Frente de Mobilização Povo Sem Medo, que realizará seu primeiro ato no dia 8 de novembro. Contra Cunha, o Ajuste Fiscal e a direita. Esta frente pode ser o embrião de uma frente de massas, de resistência e unidade para combater pelas reivindicações. Ela se contrapõe à proposta da Frente Brasil Popular exatamente por recusar-se a defender este governo que só ataca os trabalhadores.

As ilusões na política de colaboração de classes se desfazem. Uma nova alternativa de esquerda precisa ser construída.

Essa tarefa só poderá ser realizada sem sectarismos, dialogando com toda vanguarda, combatendo ombro a ombro com a juventude e os trabalhadores, na luta pelas reivindicações, explicando que o caminho da vitória parte da independência de classe e da unidade das lutas!

Só a auto-organização do povo trabalhador é capaz de constituir a força capaz de varrer as atuais instituições podres e erguer novas instituições verdadeiramente democráticas e populares, uma Assembleia Popular Nacional Constituinte. Um governo dos trabalhadores!

Junte-se a nós nesse combate!


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