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12096448 905713449498065 7595738761640620224 nBrasil - Diário Liberdade - O Coletivo Liberdade e Revolução (Colibre) nasce para "levar a pauta revolucionária aos ambientes da classe trabalhadora, contra o isolamento das ideias de esquerda na bolha acadêmica".


O brasileiro Coletivo Liberdade e Revolução (Colibre) nasce com o objetivo "levar a pauta revolucionária aos ambientes da classe trabalhadora, contra o isolamento das ideias de esquerda na bolha acadêmica", segundo explica Norberto L. N. O Colibre possui como elemento de comunicação um blogue, em que também é possível contatar com o coletivo.

Manifesto do Colibre

No blog do coletivo, há um manifesto explicando por que e como isso deve ser feito:

"Há algum tempo, os movimentos estudantis de todo o país têm-se tornado locais dominados por diversas correntes que nada fazem além de limitar o debate revolucionário à bolha acadêmica. Seja no discurso pós-moderno, seja naqueles que ainda buscam seguir as bases ortodoxas do Marxismo, ou até mesmo em anarquistas, a discussão não se tem extendido para os nichos da classe trabalhadora. Enquanto nos C.A.s e D.C.E.s de universidades federais discute-se se brancos podem ou não usar turbante, na periferia os proletários estão votando em candidatos ultraconservadores, repetindo discursos reacionários, criando ou intensificando ódio pelo Socialismo.

As chamadas jornadas de junho, que muitos acusam de ser o início da onda neofascista que vemos hoje, foram uma oportunidade de ouro perdida por movimentos de esquerda. Não exatamente perdida, eu diria, já que muitas pessoas hoje progressistas começaram ali a tomarem real interesse por política, mas o fato é que sim, os movimentos neofascistas de hoje tiveram ali seu nascimento e/ou fortalecimento. Na verdade, já havia um tempo que a extrema direita vinha-se organizando pela internet com o objetivo de alcançar as massas. Um exemplo disso foi durante as eleições de 2010, em que os mais variados tipos de difamação à então candidata Dilma Rousseff (deixo claro que este coletivo não tem por ela a menor simpatia), foram repassados por correntes de e-mail ou pelo falecido Orkut. Nelas, acusava-se a hoje presidente de ter sido uma "terrorista", ignorando o inimigo que por ela era combatido (a ditadura militar do Brasil), dizia-se que a então candidata havia participado de assaltos a bancos, assassinatos, sequestros e atentados (Dilma, na realidade, não chegou a participar das ações diretas, o que não seria algo negativo se fosse real). Também se dizia que a ex-ministra era lésbica, com boatos relacionados a uma possível amante sua, novamente algo que não seria um problema caso fosse verdade, mas que fora utilizado para desmoralizar Dilma perante grupos conservadores. Além disso, havia o boato que dizia ser Michel Temer o presidente da Igreja de Satanás no Brasil. Tais grupos cresceram aos poucos, com o advento do Facebook, onde as informações correm de maneira mais prática e fácil. Durante as manifestações de junho de 2013, eles viram o isqueiro que faltava para acenderem a vela do fascismo na população indignada.

As esquerdas poderiam ter aproveitado toda a onda de manifestações em favor próprio, e setores chegaram a fazê-lo, mas de fato os fascistas conseguiram angariar muito mais pessoas para suas causas do que os progressistas. O discurso fácil do neofascismo, de suposto amor à pátria e ódio a "tudo o que está aí", foi assimilado facilmente. Ao mesmo tempo, criou-se um clima de ódio contra as esquerdas que só cresceu. E boa parte da culpa nisso é da esquerda hipster, que levou a pauta da legalização da maconha às ruas. Houve, em diversos locais, pessoas acendendo seus baseados no meio das passeatas. Isso é suicídio: a classe trabalhadora ainda é conservadora, afinal, tem como fonte de informações apenas meios controlados por conservadores. Há um grande preconceito do proletariado contra tal pauta, pois para a maioria dos cidadãos trabalhadores, a maconha é tão destrutiva quanto drogas sintéticas e semissintéticas. "Mas eles bebem e fumam". Sim, mas deixemos isso para outro debate. Na hora de mobilizar a classe trabalhadora, devemos ter total noção do terreno em que pisamos e respeitar as limitações que lhes foram impostas pelo sistema capitalista, a quem interessa aliená-los. O resultado da atitude da esquerda hipster, neo-hippie ou o que seja que defina movimentos como o RUA (com exceções em poucos quadros) foi o que temos hoje: a classe operária acha que a esquerda não passa de um bando de maconheiros. Que tal levantar bandeiras como a da reforma agrária, do imposto sobre grandes fortunas? Que tal falar em distribuição de renda em vez de apenas querer garantir a compra de teu baseado sem ter problemas? O povo trabalhador está cada vez mais aderindo ao discurso fascista. Os movimentos de esquerda não demonstram o menor interesse em fazer trabalho de base em comunidades periféricas. As lideranças comunitárias estão, cada vez mais, sendo abocanhadas por legendas de aluguel – ou mesmo legendas de fato neofascistas – para fazê-los vereadores ou deputados, com a desculpa de que de tal forma eles representariam melhor seus bairros ou poderiam lutar por eles. Tais lideranças, vendo a oportunidade de poderem ajudar, pelo menos em tese, as suas comunidades, acabam por se aliar a esse tipo de partidos, ajudando as pretensões eleitoreiras daqueles que apenas os querem utilizar para angariar votos para coligações e depois abandoná-los. É algo muito recorrente nos subúrbios do Brasil, mas talvez os movimentos estudantis de esquerda não saibam disso, pois estão muito ocupados disputando D.C.E.s. 

Por fim, é necessário termos em mente que as esquerdas ainda podem – e devem – alcançar as massas. É nas comunidades carentes, nas periferias, que o trabalho de base deve ser feito. A luta estudantil é importante, mas não nos devemos limitar à academia. A direita já descobriu como mobilizar a população trabalhadora, mas a guerra não está perdida. O proletariado ainda é aberto a conhecer propostas, até porque o discurso neofascista é extremamente raso. Devemos aproveitar o fato da população já estar consciente de que as instituições burocráticas não funcionam, de que os partidos políticos são conchavos oportunistas com fins eleitoreiros, e canalizar o ódio que hoje concentra-se principalmente no PT, para outros setores (engana-se quem acha que os atos anti-Dilma só tiveram participação da "elite" e classe média, esta é uma mentira criada pelo PT para se dizer representante das massas). Se toda essa revolta que há hoje contra o PT fosse apontada ao agronegócio, aos banqueiros, não seria lindo? Não é impossível. Nossa causa é boa para os trabalhadores, não é possível que não nos possam apoiar. Se a direita com seu discurso raso, igrejas evangélicas fundamentalistas com suas teorias absurdas e outros setores do que há de pior na sociedade conseguem angariar as massas, por que nós, que defendemos a emancipação da classe trabalhadora e o fim de sua exploração, não conseguiríamos? O trabalho é árduo, a guerra é dura, mas a causa não é perdida. Este coletivo apoia a impressão de panfletos para distribuição em bairros de subúrbio, pregagem de cartazes em localidades periféricas, palestras junto a atividades lúdicas para o povo com o objetivo de conscientizá-los e quaisquer outras formas de divulgação de ideias que visem atingir a classe proletária. Vamos à luta popular!"


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