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6442803791 739d7d7914 zBrasil - Diário Liberdade - [Israel Souza*] As reiteradas falas de Dilma (PT) a respeito do impeachment, classificando-o como golpismo, são um claro sinal de que esta possibilidade lhe causa incômodo - ou mesmo medo. Travando o combate, a presidente se coloca como defensora da democracia, e pede à oposição que respeite o resultado das urnas.


Foto do Blog do Planalto (CC by-nc/2.0/) - Christine Lagarde (FMI) e Dilma Rousseff.

Dessa maneira, o que fazem as atuais forças governistas é apequenar a democracia, reproduzindo dela uma concepção própria das classes dominantes, uma concepção ritualista e funcional ao sistema. Mais uma prova cabal de que o PT já não educa as massas para a luta de classes, e sim as estupidifica.

Vale sublinhar que um impeachment só será possível, se Dilma, que ganhou nas urnas, continuar perdendo no governo. Ela não pode pedir ou exigir que seus adversários respeitem o resultado das urnas, se ela mesma não respeita. Os eleitores não depositaram apenas votos naquelas urnas. Depositaram também confiança. Não é possível, honestamente, defender aqueles e desprezar esta.

O voto e a confiança não foram depositados apenas em Dilma, mas no projeto que ela apresentou durante as campanhas e que, hoje, virou pelo avesso. Isso mostra que defender o atual governo e defender a democracia são coisas bem diferentes.

Por certo, o governo foi eleito “democraticamente”. Todavia, como vem demonstrando, este só se efetiva antidemocraticamente, colocando a perder até mesmo o que de positivo chegou a construir. É uma lição já antiga, a de que a austeridade é a mais completa negação da democracia. Bem o sabiam os pais do neoliberalismo (Hayek e M. Friedman), que nunca hesitaram em atacar os direitos sociais. Foi emblemático que a entrada do neoliberalismo no Chile tenha sido antecedida pelo golpe que derrubou Salvador Allende.  

Por isso, um governo da oposição não teria muito trabalho para desconstruir as políticas sociais que o governo do PT construiu. Ele mesmo já está reduzindo tudo a pó! De outra banda, a opção do governo pela austeridade tornou a oposição (direitista) supérflua. O governo já é, por conta própria e convicção, elitista, neoliberal, golpista, corrupto, antitrabalhista, déspota, parasita etc.

Diante do avanço da proposta de impeachment, o governo segue buscando amparo no Congresso, pagando alto preço por um apoio fraco, incerto e imoral. E assim, pois, vai cavando a própria sepultura. As opções desastrosas podem até não aumentar o número dos “golpistas” que saem às ruas pedindo seu impedimento, mas certamente diminui o número daqueles que sairiam às ruas em sua defesa.      

Para os trabalhadores e movimentos sociais, pouco importa se as mãos que impõem sacrifícios a eles são da “direita azul” ou da “direita vermelha”. Não é preciso gastar saliva para mostrá-los que um governo da oposição lhes traria malefícios. Mas falta ainda ao governo convencê-los de que sua permanência traria benefícios. A sorte do governo há de lhes interessar quando a sorte deles interessar ao governo. Não se pode cobrar apoio dando desprezo em troca.



* Cientista Social e Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Acre (UFAC).


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