Matéria divulgada pelo MES (Movimento Esquerda Socialista)Matéria divulgada pelo MES (Movimento Esquerda Socialista), corrente de Luciana Genro no Psol, fala em "falsa polarização" ao mesmo tempo em que reconhecem a crise política pela qual o Brasil está passando. Na prática, igualam PT e PSDB no que seria falsa luta entre aqueles que "divergem muito pouco frente às saídas que apontam para a crise econômica e política que avança sobre o país".
A Esquerda Marxista é outra corrente interna do PT que pode romper com o partido [1]. A decisão será tomada em Conferência que deliberará sobre os rumos da corrente. Mas a orientação do "Comitê Central" é clara: "o CC da Esquerda Marxista resolveu propor à Conferência Nacional a saída do PT." A justificativa é que "os melhores militantes da classe e da juventude estão fora. O partido tomou o caminho do PASOK grego, do PS francês, entre outros. Nada mais há para fazer aí. Esta orientação abre as portas para um salto de construção da Esquerda Marxista e tem sido agarrada com muito ânimo pelos militantes e apoiadores".
Certamente a Esquerda Marxista não fala da massa de trabalhadores, mas possivelmente do que considera a "vanguarda" da juventude e da classe trabalhadora.
O que chama atenção é o fato de estes rachas acontecer no momento em que o PT recebe um dos maiores ataques por parte da direita desde que chegou à presidência da República.
Não foi a Frente Popular, nem a capitulação do governo petista ao imperialismo desde o primeiro mandato mais de 10 anos atrás. Aliás não fica claro qual a situação que leva ao racha. Mas ela ocorre aos 35 anos da política de conciliação de classe.
O que deixa evidente que não se trata de um rompimento à esquerda, mas à direita. A entrada dessas correntes em partidos que estariam à esquerda do PT, como é o caso do Psol é não uma confusão, mas fruto de um oportunismo de direita. Abandonam o partido no momento em que a luta política interna tende a intensificar, justamente por causa dos ataques externos da direita.
Depois de décadas dentro do PT, quando sua direção traía importantes mobilizações e mesmo quando expulsou correntes que se opunham à sua política, como foi o caso de Causa Operária, essas organizações permaneceram e pouco ou nada se opuseram a essa política. A ruptura só veio quando a direita partiu para um ataque furioso contra o PT, querendo derrubar seu governo. É uma reação a essa pressão e não a uma pressão dos trabalhadores e da população em geral.
Nota do Diário Liberdade:
[1] na verdade já rompeu. Posição oficial da Esquerda Marxista pode ser lido aqui. A matéria acima foi postado originalmente no site do PCO no dia 14 de abril.