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maifestaçã 13 15Brasil - BP - As manifestações de apoio (13/03) e contra (15/03) o governo federal indicam um novo período da polarização entre o governismo e a oposição liberal. Agora, além dos tradicionais instrumentos que lhe são disponíveis (meios de comunicação, recursos financeiros ilimitados, forte presença no parlamento, no judiciário e em cargos de poder nos estados e municípios), a direita brasileira conquista uma ampla base social mobilizável para pressionar pelo aprofundamento da agenda conservadora no País. E o governismo, por sua vez, demonstra baixa capacidade de condução das expectativas populares, ficando restrito, em sua manifestação, ao setor mais orgânico do petismo e seus aliados: falhou na capacidade de acessar as massas que levaram Dilma à reeleição.


Foto: Renato Stockler e Caio Pallazo/Jornalistas Livres.

A rejeição ao sistema de corrupção na Petrobras tem sido utilizada como principal justificativa para a aderência massiva ao 15/03. Porém esta é apenas a superfície da questão.

Primeiramente, há um descontentamento com o governo Dilma em vários segmentos da sociedade brasileira. A classe média que foi às ruas no dia 15/03 viu seus privilégios sociais parcialmente decompostos e uma sensação de bem-estar reduzido. Inflada pela grande imprensa, vem se posicionando contrária a qualquer medida do governo, principalmente às que beneficiam os mais pobres, adotando uma postura mais aguda de preconceito de classe e racial desde as eleições 2014.

A classe trabalhadora não compareceu aos atos do dia 15/03, mas também não se mobilizou na manifestação pró-governo do dia 13/03. Encontra-se descontente com o "pacote de ajustes" promovidos pelo governo Dilma, exatamente o contrário do que foi prometido no momento eleitoral. A adoção do "programa político dos derrotados" faz mais uma vez os trabalhadores e trabalhadoras pagarem a conta da crise.

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A política econômica do governo federal tem estrangulado as possibilidades de resistência frente a um cenário econômico internacional desfavorável, que reduz o crescimento e afeta o emprego e a vida das massas populares. Medidas como o aumento da conta de luz e da gasolina, o corte de verbas em políticas sociais, entre outras, já são sentidos pela população, ao mesmo tempo em que são trabalhadas pela grande mídia, desenvolvendo certa identificação nos setores populares com o discurso oposicionista. Mesmo que não tenham acompanhado as manifestações do dia 15/03, a classe trabalhadora está descontente e suscetível ao discurso conservador.

A segunda questão está relacionada ao tratamento que o governo e o PT deram às reivindicações presentes nas Jornadas de Junho de 2013. Em vez de procurar o diálogo com os anseios da população e desenvolver medidas que fossem ao encontro das demandas legítimas, fez o oposto. Não encaminhou absolutamente nada e agiu com truculência sobre os movimentos sociais, principalmente no período pré-Copa. Esta postura levou a uma natural ruptura entre setores progressistas e ativos da população com o Governo (e o PT). Mesmo com a forte participação na campanha presidencial em 2014, esses setores não estão disponíveis para mobilizações pró-governo, mesmo porque, já nos primeiros meses a presidenta faz justamente aquilo que foi eleita para combater. A conciliação como método, o imobilismo político e a recusa em criar uma agenda política progressista condenam governo federal e PT.

Em um ambiente político conservador produzido pelas eleições de 2014, logicamente serão os conservadores os principais beneficiados. Exploram as fragilidades do governo federal e a baixa capacidade do PT na condução política da luta social. O PSDB e seus aliados viram uma janela de oportunidade para desgastar a presidência e levá-la a aprofundar uma agenda liberal-conservadora.

O impedimento (impeachment), mesmo não tendo base legal, é um mote de agitação que mobiliza a insatisfação de amplos setores. Os tucanos animam e dão força para setores fundamentalistas, que adotam o ódio como dispositivo de identidade e aglutinação, ou seja, dá corpo para a ultradireita, abertamente racista, reacionária nos costumes e que tem o povo, e tudo que se relaciona a ele, como inimigo. Parte da classe trabalhadora se encontra iludida e desorientada pelas ações de um governo e de um programa político que até lhe trouxe melhorias de vida, mas que nunca se preocupou em torná-lo protagonista político, a não ser no momento do voto, deixando-o suscetível a serem dirigidos pela direita midiática.

É evidente que, neste cenário, a direita ultraconservadora é o inimigo principal das forças populares de esquerda por ser aquela que pretende subordinar o País ao mercado e o retrocesso cultural e político. É sobre o PSDB e a mídia que a crítica social deve incidir com toda a determinação.

No entanto, isso não significa que se deva abrir mão de uma leitura criteriosa sobre a postura do PT na condução do governo, que, por se recusar a enfrentar os problemas estruturais, acabou sendo ferido pelos ataques daqueles que o próprio governo se recusou a combater de maneira convicta. Em síntese, o PT não é capaz de conduzir a luta contra os conservadores; pelo contrário, está empenhado em defender o governo e não o País.

O enfrentamento político e ideológico deve se dar de maneira obstinada, não é plausível nenhuma postura de conciliação com a campanha da direita, seja nas ruas ou nas instituições. Tão pouco é razoável assumir uma postura recuada de defesa do governo, porque o que está em jogo é a soberania, o patrimônio público, as conquistas sociais, os direitos.

A defesa da Nação exige que a esquerda aprenda de maneira acelerada a lutar em novas condições e com novos métodos. Exige um novo sistema de unidade e a constituição de uma Nova Maioria política que seja capaz de enfrentar os desafios que estão por vir. É necessária uma junção de forças, com leitura clara do momento, combinação de formas de luta e proposição de pautas unitárias e progressistas, como o fim do financiamento empresarial de campanhas e a democratização da mídia.

Somente a derrota completa da campanha da direita constituirá e credenciará uma nova esquerda brasileira. Para tanto, devemos apostar na Unidade Aberta por uma Nova Maioria que vá além do 13X15; lutaremos todos os dias e todas as noites em favor do Brasil.

17 de março de 2015,

Coordenação Política Nacional das Brigadas Populares.


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