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marcha familia-spBrasil - Diário Liberdade - [Gilberto Maringoni] É um deleite ver que as anunciadas "Marchas da Família com Deus pela Liberdade", realizadas no sábado, 23, foram um fracasso em todo o país.


Em São Paulo (foto), a maior delas, o número de hidrófobos nas ruas não passou de duzentos.

Em Florianópolis, o séquito alcançou literalmente de meia dúzia de gatos pingados (com o perdão dos bichanos, que nada têm com isso).

Diante dos 800 mil que cruzaram o centro de São Paulo há meio século, a situação é ridícula.

Leia mais: 'Marcha da Família com Deus pela Liberdade' completa 50 anos; saiba quem a financiou e dirigiu

MAS VEM CÁ: alguém acha mesmo que a direita brasileira resume-se aos celerados que gastaram uma tarde de sábado para berrar imprecações contra o comunismo ateu, Dilma e o perigo vermelho?

Parece que não. Vejam os sintomas:

1. A direita brasileira é pouquinho mais esperta. Ela não lascou sola de sapato nas ruas. Prefere desfilar por empresas, instituições e palácios, onde é mais bem recebida, sua voz é ouvida (e, no mais das vezes, obedecida) e ainda tem direito a cafezinho.

2. A direita brasileira – bancos, especuladores e analistas econômicos dos grandes meios – está bem servida no Ministério da Fazenda e no Banco Central. Taxas de juros estratosféricas, superávit primário nas alturas, desonerações ao capital e privatizações funcionam muito melhor que mil imagens de Nossa Senhora de Aparecida perambulando pelo asfalto.

3. As viúvas de Carlos Lacerda também não reclamam das orientações emanadas do Ministério da Justiça, com sua generosidade na cessão de tropas e estímulo às políticas repressivas de governos estaduais.

4. A velha UDN, em sua verborragia golpista e manhosa, tem sua reencarnação garantida pelo PMDB velho de guerra e seus Renans, Cunhas, Sarneys, Cabrais e companhia. E se espalha pelas bancadas evangélicas, do agronegócio e dos bancos, todos na base aliada. Katia Abreu, entre uma e outra audiência no terceiro andar do Planalto, manda beijinhos.

5. O poder do atraso midiático tem no dr. Paulo Bernardo seu mais lustroso fiador.

6. A Justiça, todos sabem, satisfaz plenamente seus mais recônditos desejos.

7. O coro histérico contra movimentos sociais e governos de esquerda segue a mil pelo Jornal Nacional e por apresentadores em quase todos os canais, rádios, jornais e revistas comerciais por aí, com destaque para Demétrios, Reinaldos, Constantinos, Mainardis e Scherazades.

8. E a ordem natural das coisas é garantida pelo financiamento privado de campanhas, onde aparecem generosos trocados oriundos de firmas como Banco Itaú, Ultragaz, Ford, Volkswagen, que financiaram o golpe de 1964, além das atuais empreiteiras e grandes bancos.

A lista é longa. Envolve o PSDB, o DEM e a maioria dos partidos comprometidos com as três principais campanhas que disputarão o pleito de outubro.

A direita brasileira pode ser tudo.

Mas burra não é.

Não estamos mais na ditadura. Conquistamos a democracia e evoluimos muito.

Mas os interesses maiores da das classes dominantes não foram tocados.

Hoje ela não precisa de golpes no estilo tradicional, pois a situação – tirando alguns ruídos – está de bom tamanho para seus interesses.

(Antes que se desfiem posts falando de Macapá e questões assemelhadas, vale dizer que são exceções nesse jogo boa parte do PT, o PSOL, o PSTU, o PCdoB, o PCB e o PCO, além da ampla maioria do movimento popular. Esses resistem de forma diferenciada à marcha eficaz da direita esperta).

Leia também: Vitória da esquerda e da luta anti-golpista

Gilberto Maringoni é jornalista, historiador e professor.


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