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290911_esclarecimento-CQCBrasil - Revista Cidade Sol - [Lúcio Júnior Espírito Santo] O programa Custe o que Custar, da Rede Bandeirantes, traz no título a negação do apego ao interesse material.


No estágio atual da sociedade capitalista, o limite é justamente o quanto custa e o capital monopolista, nessa fase em que estamos, precisa é do lucro máximo para se manter, não do lucro normal, nem do superlucro. Daí que possamos esperar novas guerras, que afinal é o business que o capital precisa nessa fase de crise.

Adorno diz, na Dialética do Esclarecimento, que cada progresso na civilização atual tem o seu reverso de regresso e barbárie. É interessante buscar, dentro do programa Custe o Que Custar, onde é que começa o progresso, onde é que está o seu lado regressivo, pois o que sobressai é justamente o seu lado progressista. O programa traz eflúvios progressistas: os apresentadores são jovens, há quadros que observam a própria televisão brasileira em sentido crítico (a mídia raramente se autodenuncia), outros tratam de conscientizar o poder público quanto a mazelas, surgem colagens não-realistas, etc.

De início, a chacota um tanto grossseira com os gays é que fazia o papel regressivo no programa. Ao trazer o deputado Bolsonaro, de extrema-direita, para repetir estereótipos racistas e homofóbicos e ser repudiado pelo apresentador Marcelo Tas, o programa conseguiu dar uma volta em torno de si mesmo e fazer figura de campeão dos direitos civis.

Mas eis que surge a polêmica sobre frases a favor do estupro e o Golem do programa encarna, não no descendente de alemães Marcelo Tas (chamado pelos inimigos de "Marcelo Naz", mas que, culto e carismático, representa o que há no CQC de mais iluminista, observei no dia em que ele faltou que o programa só tem aura por causa dele), mas no judeu Rafinha Bastos. Isso é sintomático, quem sabe, de um tempo em que, como diz o meu amigo Laerte Braga, a grande regressão no cenário internacional está no nacionalismo de direita agressivo que, em aliança com os USA, instalou-se em Israel e oprime o povo palestino. Como segundo ato do drama do imperialismo nazista, o imperialismo europeu e americano tornou o povo judeu seu aliado (foi seu maior bode expiatório entre 1933-1945) e seu sócio no Oriente Médio. Alimentado com leite de loba, Israel é agora uma grande naja americana e européia para controlar e envenenar os países do Oriente Médio, atuando inclusive fora de suas fronteiras.

E eis que vejo Rafinha Bastos no programa Provocações, da TV Cultura, dando surpreendente entrevista. Rafinha é o único da trupe do CQC a estrelar um programa de humor e entrevistas na mesma rede, levando ao limite a esquizofrênica dicotomia jornalismo-humor que parece ter dado certo com o Cqc e o programa Pânico na TV (paródia imunda e saneadora da cultura de celebridades). Nela, ele disse que participa de tudo, twitter, televisão, stand up comedy, tudo em busca de dividendos, pois é judeu e onde tem dinheiro ele está. A partir dessa entrevista autognóstica, pode-se supor que Rafinha se alinha com outros comunicadores judeus tais como Marília Gabriela, Gerald Thomas, Serginho Groisman, Luciano Huck e Boris Casoy, ou seja, parte de uma tribo que, embora seja uma religião pouco numerosa no Brasil, parece encontrado no rico e poderoso setor de comunicação do Brasil a sua Terra Prometida. Essa frase sobre a busca do dinheiro é justamente o contrário do lema de desprendimento do programa a partir do qual ele se celebrizou. Esse sinal no sentido inverso é indício claro do que estou supondo: é em Rafinha que vive o Golem do CQC, é ele que representa o papel o que há ali de mais reacionário e regressivo.

Pouco tempo depois da polêmica Bolsonaro, Rafinha resolveu deu o ar da graça regressivo ao dizer algo como "mulher feia estuprada deveria ficar contente" e que os judeus de Higienópolis "só viram um metrô quando estiveram em Auschwitz". O confronto de Rafinha, pelo que vi na web, ocorre principalmente com as mulheres. E, como li em uma coluna de Monica Bergamo, o programa humorístico de Rafinha apresentado numa boate de São Paulo, Comediants, aproveita-se justamente para fazer dividendos com essa polêmica, usando a seguinte chamada: "quer estupro? No comediants tem". Essa frase sintetiza totalmente o que caracteriza essa cultura de celebridades em que a sociedade brasileira – e os jovens principalmente –estão chafurdando até a cabeça: não há qualquer importância, nessa cultura, com a ética ou a repercussão imensamente negativa do que você fizer ou disser, o importante é aparecer no meio. Como dizia Mchluhan, o meio é a mensagem: apareceu no meio (a mídia)? Ganha dividendos. Não apareceu? É um fracassado, um perdedor.

Lúcio Júnior Espírito Santo é escritor e blogueiro.


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