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220515 foraBrasil - O Diário - Em resultado de uma campanha realizada por activistas da solidariedade com a Palestina, o Governo brasileiro excluiu uma empresa de “segurança” israelita de trabalhar nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. 


Trata-se de uma empresa com vínculos estreitos ao Exército israelita, bem como uma sórdida história na América Central e América do Sul.

Em Outubro de 2014 a empresa israelita International Security and Defense Systems (ISDS) anunciou que tinha obtido a adjudicação de um contrato por parte do Governo brasileiro, avaliado em 2.200 milhões de dólares, para coordenar a segurança do gigantesco acto desportivo. The Times of Israel descreveu o acordo como "um sucesso sem precedentes para Israel", e altos cargos da empresa afirmaram que esta tinha já começado a trabalhar.

Mas em 8 de Abril uma secção responsável por grandes eventos no Ministério da Justiça brasileiro negou que tivesse sido adjudicado qualquer contrato à ISDS.

Podia ler-se numa carta do ministério: "Qualquer contrato realizado por Rio 2016 não pressuporá qualquer compromisso por parte do Governo brasileiro". A campanha contra a ISDS, que foi apoiada por alguns sindicados brasileiros, interpreta-o como um reconhecimento das suas reclamações.

Julio Turra, dirigente da Central Única de Trabalhadores (CUT), o maior sindicato do Brasil, afirma num comunicado de imprensa: "Estamos satisfeitos por o Governo se distanciar da ISDS. Seria ilegal e vergonhoso contratar uma empresa que desenvolve a sua tecnologia em conivência com os crimes de Israel e que acumula denúncias pela sua participação nas ditaduras da América Central".

O êxito deste boicote junta-se a um outro, recente e muito significativo, alcançado no Brasil pelos activistas da campanha Boicote, Desinvestimentos e Sanções (BDS) contra Israel. Em finais de 2014, em resposta a uma campanha independente, o estado brasileiro do Rio Grande do Sul cancelou um contrato para desenvolver um importante centro de investigação aeroespacial com a empresa de armas bélicas Elbit Systems.

Passado sangrento

A campanha contra o contrato com a ISDS centrou-se em pressionar o Governo para que cancelasse qualquer acordo com a empresa, com o argumento de que esta tinha vínculos estreitos ao Exército israelita, bem como uma sórdida história na América Central e América do Sul.

Fundada em 1982 em Tel Aviv por um ex. coronel do Exército israelita, a ISDS tem disponibilizado formação em segurança e "contraterrorismo" a muito estados da América Central, incluindo aos paramilitares em Honduras e Guatemala na década de 80.

A ISDS ajudou a treinar e armar os Contra da Nicarágua, que tentaram derrubar o governo de esquerda sandinista. No livro The "Terrorism" Industry (1989), Edward Herman y Gerry O'Sullivan documentam como a ISDS treinou e ajudou a formar "esquadrões" antiterroristas dentro do Exército da Guatemala dirigidos contra forças da oposição e organizações de base, ao mesmo tempo que fornecia ao Exército vigilância electrónica, armamento, helicópteros e aviões. Para Além disso, a ISDS treinou os esquadrões da morte de Honduras, incluindo el tristemente célebre "Batalhão 3-16″, que perpetrou sequestros, assassínios e tortura contra dissidentes políticos. E ainda não terminou.

Enquanto celebram a decisão do Brasil, os activistas da solidariedade com a Palestina começam a dirigir a sua atenção para o Comité Olímpico, que nomeou a ISDS "fornecedor oficial" dos jogos.

Maristela Pinheiro, membro do Comité de Solidariedade com o Povo Palestino do Rio de Janeiro, declarou: "É seguro que haverá uma forte campanha contra o acordo de prestação de serviços entre a ISDS e o comité organizador de 2016 e continuaremos atentos à Coesrio [a agência governamental responsável pelos Jogos Olímpicos]. Os jogos não podem permitir a intensificação das práticas repressivas no nosso país nem dar cobertura a actos ilegais e imorais".

Os grandes acontecimentos desportivos como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo são uma atracção para as empresas militares e de segurança, que são contratadas para pacificar, manter sob vigilância e afastar da celebração os pobres e outros segmentos "indesejáveis" da população. A ISDS é uma das várias empresas israelitas e internacionais que beneficiaram desta rotina no passado.

Graças aos activistas da solidariedade com a Palestina, a empresa não obterá os lucros que tinha esperado colher no próximo ano no Brasil.

Charlotte Silver é uma jornalista independente que reside actualmente em San Francisco, e que anteriormente residiu na Cisjordânia. Pode ser seguida em Twitter: @CharESilver.


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