No 1º de maio de luta, o Coletivo de Negros João Cândido levantou a bandeira de luta pela dissolução da polícia militar brasileira. Intervenção que foi citada por praticamente todos os companheiros que intervieram no ato.
Os acontecimentos dos últimos anos, especialmente no Rio de Janeiro, culminando na recente ocupação do Complexo da Maré, demonstraram que a PM é uma verdadeira máquina de extermínio da população negra e pobre do Brasil.
O que anos atrás era considerada uma loucura da esquerda, uma medida “radical”, especialmente do Partido da Causa Operária, a dissolução da PM está em quase todas as reivindicações das manifestações realizadas pelo país, muitas vezes mascarada com a palavra “desmilitarização”, termo que serve para preservar a repressão, através de uma mudança formal.
Está claro que não existe outra reivindicação que não seja a dissolução da polícia, que seria a única medida capaz de acabar ou ao menos reduzir a matança de negros e pobres nas periferias brasileiras, o que foi colocada na fala do Coletivo de Negros João Cândido.
Para a PM não existe negro inocente. Todos são criminosos e devem ser presos e julgados sumariamente. Não existe sequer o direito democrático de qualquer julgamento, todo o processo é expresso, feito pela PM, como no caso do dançarino Douglas Rafael, Cláudia, Amarildo, Juan e milhares de outros executados covardemente pela polícia.
Na intervenção foi lembrado os 50 anos do golpe militar, e, diante disso, feito um chamado ao movimento negro para se organizar para lutar pela dissolução da PM e das demais forças de repressão, como a Polícia Federal. No mesmo sentido, na medida em que a ditadura contra o negro nunca acabou, está claro que é necessária a total expulsão dos militares dos morros do Rio de Janeiro.