Todas as pessoas atentas ao noticiário e críticas notaram a manipulação que a direita, com a ajuda fundamental da imprensa capitalista, procurou manipular o caráter das manifestações ocorridas em junho. Desta forma, para um cidadão que não estava atento, os protestos que tomaram conta do País tinham como principal alvo o governo federal e foram, entre outras coisas, motivados pela “luta contra a corrupção”, pela rejeição a PEC 37, entre outras bandeiras que vem há alguns anos sendo levantadas por este setor.

Na verdade, as manifestações ganharam o País após o dia 13 de junho, quando o governo Alckmin reprimiu duramente uma passeata que pleiteava a redução da passagem da tarifa dos ônibus em São Paulo.

No entanto, esta manipulação da revolta da população com o regime político não ficou restrita a este caso. Pelo contrário, provavelmente iremos assistir algo de proporções parecidas no próximo dia 7 de setembro.

Estão sendo chamados diversos atos cívicos e grupos de direita e extrema direita estão intensificando a convocação para estes atos nos últimos dias. Esta mobilização conta com o apoio estatal. Nossa reportagem, por exemplo, constatou que em diversas escolas estaduais de São Paulo, sob a orientação da Diretoria de Ensino, a direção escolar está convocando seus alunos e escolhendo temas como a “defesa da vida”, uma clara referência a campanha contra a legalização do aborto da direita.

Atualmente, estamos assistindo a direita se mobilizar em torno do problema da contratação de médicos cubanos pelo governo do PT. Esta campanha, entre outras coisas, tem servido para colocar em movimento um setor da pequena burguesia conservadora. Tudo indica que no dia 7 de setembro, este tipo de manobra também deve ocorrer.

Em meio a um tradicional dia de desfiles cívicos, ou seja, uma data em que normalmente muitas pessoas vão às ruas nas cidades brasileiras, a direita busca mobilizar seus efetivos Leia-se grupos de direita e extrema direita, ou seja, grupos fascistas. A data, inclusive, contribuiria para dar a falsa impressão de que uma enorme multidão apoia a direita quando, na verdade, isto não ocorre.

Por isso, é preciso denunciar desde já a ação da direita e organizar a classe operária contra esta política que busca, em última instância, mobilizar grupos de extrema direita contra as organizações da classe operária.