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030715 podBorroka Garaia da! - [Traduçom do Diário Liberdade] Porque se dá tam bem o pós-modernismo com o pós-marxismo?


 Simplesmente, porque o pós-marxismo seria a influência do relativismo pós-moderno na velha esquerda que se auto-intitularia como nova num jogo fictício de significantes vazios quando na realidade nom se sairia nem um pouquinho da velha social-democracia da segunda metade do século XIX e, inclusive, paradoxalmente com um fundo muito ortodoxo que nasce por sua vez do pós-materialismo.

Acontece qualquer cousa parecida com a esquerda revolucionária que nom se deixou arrastar, mas que também nom conseguiu reposicionar-se. Desta maneira, deparamo-nos com um pós-modernismo pós-marxista que seria um engate a-histórico com o conhecido vulgarmente como progressismo, que é baseado nas teorias social-democratas, servindo nesta fase histórica como colchom de tolerância da crise capitalista atual. Enquanto o suposto acelerador de contradiçons, ou seja a esquerda revolucionária, está basicamente na lua.

Estar na lua tem os seus problemas e a sua própria contradiçom, que pode ser resolvida: deixar de estar na lua. No entanto, o progressismo nom tem saídas, já que ao ser parte intrínseca do capitalismo, move-se com ele. E se entendermos que o capitalismo nom pode oferecer saídas ao género humano que tragam a justiça e a igualdade, deparamo-nos com que o progressismo nom tem qualquer alcance estratégico.

Isto explicado com outras palavras significa que a base do pós-modernismo pós-marxista só se movimenta no terreno do discurso, das ideias e as aparências, sem qualquer projeçom material alternativa, umha vez que se projeta sobre o capitalismo. É por isso que a hegemonia em sentido progressista se circunscreve à vitória sobre "o discurso" e no desaparecimento do sujeito histórico. Isto teorizado quer dizer que a partir de supostos "significantes vazios", preencher num sentido requerido e que isto seja assumido por maiorias seria conseguir a "hegemonia". Se bem que a crua realidade seja que todo isso poderám só ser palavras no ar.

O que Gramsci queria dizer quando falava de hegemonia é que esse processo é material, nom simplesmente discursivo, e disputa-se na subversom das relaçons de poder dominante, nom na sua assunçom, daí que, na sua conjuntura, assinalasse o núcleo principal onde devia nascer a hegemonia. E assinalou a fábrica. Os Conselhos de Fábrica como forma alternativa à legitimidade do sistema. E nesse choque de legitimidades materiais entre burguesia e classe trabalhadora é onde um bloco social que nom é homogéneo e conta com contradiçons de classe, mas tem na classe proletária a classe hegemónica, abre a polarizaçom em direçom à vitória.

Devido ao previsível do percurso capitalista e, portanto, do progressismo em escala global, isto é, as voltas à roda do hamster, e devido à nom disputa de legitimidades no seu enquadramento, a esquerda revolucionária tem todo o campo aberto para a luita hegemónica no momento em que volte da lua. Precisa para isso é de umha interpretaçom adequada dos núcleos principais onde pôr a linha da frente. O pós-modernismo pós-marxista, com base nas derrotas da esquerda revolucionária, tem-se reinventado no que já era, a começar pola sua traçom, que é para o sistema. Será que a esquerda revolucionária poderá reinventar-se,entendendo as suas derrotas para criar traçom para umha nova realidade e transformá-las em vitórias?


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