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170814 cantareira spBrasil - Le Monde Diplomatique - Na série de mini-documentários Volume Vivo, diretor busca apresentar a urgência da sociedade tomar providências sobre o manejo da água.


 

Ainda na faculdade, em 2007, o documentarista Caio Silva Ferraz percebeu a importância de registrar e debater a questão dos recursos hídricos no maior adensamento populacional da América do Sul. Em Volume Vivo, sua quarta produção audiovisual sobre o tema, Ferraz pretende mapear as causas e soluções para a crise da água na grande São Paulo.

A proposta é desenvolver uma série de dez mini-documentários (5 a 10 minutos) “com o objetivo de levar à sociedade civil um maior entendimento sobre a gestão da água na região, encarando a crise como um momento para repensamos o modo como lidamos com a água na macro-metrópole paulistana”.

Pela urgência em debater o tema, o produtor quer viabilizar os seis meses de produção, pesquisa, entrevistas, edição, animações, organização e disponibilização do conteúdo pesquisado na internet por meio de um financiamento coletivo. As colaborações podem ser dadas na plataforma http://www.sibite.com.br/campaigns/volume-vivo/. Em entrevista ao Le Monde Diplomatique Brasil, Ferraz falou sobre seu projeto e a crise do líquido vital para sobrevivência da espécie humana.

 

Antes deste especial para internet, você já havia feito outros dois filmes (Entre rios ePescando merda) sobre a questão da água. Como chegou nesse assunto?

Eu comecei a entrar em contato com a temática da água em São Paulo no segundo ano de faculdade, quando participei de um projeto de extensão entre os cursos de Audiovisual e Gestão Ambiental do Centro Universitário Senac. Pelo campus ser perto da represa Billings produzimos um documentário chamado Manancial que mostra a ação de quatro lideranças comunitárias em quatro diferentes municípios da represa Billings, São Paulo, Santo André, São Bernardo e Rio Grande da Serra. Nesse processo comecei a pesquisar a história do desenvolvimento da cidade de São Paulo, foi quando entrei em contato com a questão da reversão do Rio Pinheiros e do Plano de Avenida, que me levaram a fazer os outros vídeos.

Manancial é um documentário bem primário, meu primeiro contato com documentário, direção, edição e com as águas. https://www.youtube.com/watch?v=Jv_0GAF8pew&list=UUGyvsFQTPP5HdWDoOBW9yUw

Você pode falar um pouco sobre estes filmes?

Pescaria de merda foi um projeto realizado pelo Coletivo Santa Madeira, do qual eu fazia parte na época da faculdade em 2008. É um documentário performático onde registramos uma pescaria no Rio Pinheiros e uma instalação com os objetos coletados na Passagem Subterranea da Consolação onde continha um cartaz, “Achados e Perdidos” / Algum desses objetos lhe pertencem! A instalação teve uma boa repercussão, fomos até entrevistados pelo Jornal da Cultura. Além disso, o curta ganhou o Prêmio Revelação no Festival Internacional de Curtas de São Paulo de 2009.

Entre rios foi meu projeto de conclusão de curso. Primeiramente era para ser focado só no Plano de Avenidas do Prestes Maia, mas com o desenrolar da pesquisa a história da cidade de São Paulo se mostrou mais e mais ligada com a água. O média, de 25 minutos de duração, conta a história da cidade sobre a perspectiva das águas. O vídeo foi amplamente divulgado na internet e conta com mais de 300 mil visualizações. Ele se tornou referência do tema, sendo usado em salas de aulas e em debates sobre a questão.

A seu ver quais seriam as razões desta crise dos recursos hídricos e por que tem sido pouco debatida?

A gestão da água é uma coisa muito complexa e abstrata e que compete totalmente ao poder público, municipal, mas principalmente estadual. Estamos em pleno período de eleição e não é interessante para o estado, acionista de 50% da principal empresa de abastecimento do estado, levantar essa poeira, pois pode gerar um impacto na campanha do candidato do governo.

Em suas pesquisas, o quem tem sido apontado como solução para o problema com a água?

Pelo que tenho percebido será necessária uma série de medidas, algumas delas emergenciais e outras visando médio e longo prazo. Vai ser necessário pensar a gestão da água de uma nova perspectiva, de captação, tratamento, reuso e coleta de água pluvial. Incentivos fiscais e financiamento de obras de tratamento além de ações que favoreçam a qualidade dos mananciais. Para São Paulo, acho que a primeira batalha vai ser despoluir a Billings, que é a maior possível fonte de água da capital e que se encontra em situação crítica.

O quer você considera fundamental para o debate sobre a água neste momento?

É importante as pessoas terem consciência que essa crise não vai ser só este ano. Mesmo chovendo bastante no verão, ano que vem teremos um desafio ainda maior, podemos começar a fase de estiagem com uma situação pior do que neste ano. É importante a população estar por dentro da discussão para saber criar demandas sobre o governo.

 

 


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