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8300733454 5e654ba8e8 zEstados Unidos - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] No dia 2 de novembro de 2015, o presidente Barack Obama ratificou o aumento do orçamento do Pentágono em US$ 33 bilhões. Esse resultado veio do aumento da histeria no Mar do Sul da China e a escalada dos conflitos no Oriente Médio.


Foto: Moyan Brenn (CC BY 2.0)

A época dos cortes e das “vacas magras” dos quatro anos anteriores chegou ao fim, apesar do aprofundamento da crise capitalista. A disputa está sendo vencida pela ala direita do imperialismo contra a política do ex-secretário de Defesa, Robert Gates, que buscava reduzir os gastos em 20%, no período de cinco anos.

O Comitê dos Serviços Armados do Congresso, encabeçado pelo Partido Republicano, ainda pressionava para que o aumento fosse de US$ 38 bilhões. A suposta “disciplina fiscal” da direita e, particularmente, da extrema-direita agrupada no Tea Party, não passa de uma mera ficção.

O Secretário de Defesa, Bob Work, ainda pressiona por US$ 14 bilhões adicionais para “fechar o déficit”.

O orçamento militar norte-americano representa o mesmo valor que o dos dez países que lhe seguem com os maiores gastos militares, juntos. E é superior em pelo menos US$ 100 bilhões que o orçamento da década de 1980, isso sem considerar as verbas secretas. O valor não contabiliza as despesas que estão espalhadas em outras pastas ou secretaria ou as ajudas aos países aliados. Somente Israel recebe US$ 3,5 bilhões anuais em armas norte-americanas.

Boa parte desse orçamento é direcionado diretamente para os cofres do complexo industrial-militar. Uma parte dos recursos é perdida nas engrenagens da burocracia e nos bastidores, ou mesmo em programas como o da criação dos “próprios" rebeldes na Síria, a um custo de quase US$ 600 milhões e que colapsou após terem colocado em pé 50 milicianos que rapidamente se renderam à al-Nusra - a al-Qaeda na Síria.

As verbas do OCO (Overseas Contingency Operations), ou despesas para a guerra no exterior, não somente não sofreram cortes, mas foram aumentadas em US$ 8 bilhões, chegando a US$ 52 bilhões.

Recursos públicos para o complexo industrial-militar, sem crise

O orçamento de “Defesa” (verbas alocadas em programas militares, na chamada segurança nacional, ou relacionadas com eles) oficial do governo dos Estados Unidos supera os US$ 630 bilhões. Mas, na realidade, considerando que o chamado orçamento de “Defesa” encontra-se dividido entre vários departamentos ou ministérios, o valor ultrapassará os US$ 1,5 trilhões, o que corresponde a quase metade do orçamento federal e a mais de 30% dos impostos federais arrecadados. O crescimento na década passada foi três vezes superior à taxa de crescimento da economia. Considerando ainda as verbas secretas, o valor pode ultrapassar os US$ 2 trilhões.

Para Assuntos Internacionais são destinados mais de US$ 50 bilhões, direcionados principalmente para fomentar a venda de material bélico. O Departamento de Energia (controle e logística das armas nucleares) consome no desenvolvimento de armas nucleares, US$ 2,2 bilhões. O Programa de Satélites da NASA, mais de US$ 6 bilhões (quase 50% do orçamento total).

As cifras oficiais destinadas às Operações no Iraque e Afeganistão superam os US$ 140 bilhões. Os juros relacionados às dívidas contraídas em guerras anteriores representam mais de US$ 300 bilhões. O gasto com treinamento militar consumirá aproximadamente US$ 200 bilhões. Para o atendimento médico de 9,6 milhões de soldados na ativa, retirados e às suas famílias serão destinados algo em torno aos US$ 100 bilhões. Assuntos de Veteranos de Guerra (atendimento psicológico, serviços de funerais, créditos imobiliários e outros), US$ 70 bilhões. O Escritório de Emprego e Treinamento para Veteranos de Guerras do Ministério do Trabalho receberá US$ 300 milhões. Em Pensões para os Veteranos, serão destinados mais de US$ 50 bilhões.

Adicionalmente, existem verbas classificadas como secretas, cujo montante é desconhecido, tais como as relacionadas com a inteligência militar do programa NIP (Programa de Inteligência Nacional), que contempla as operações no Afeganistão e o Paquistão, Oriente Médio, cyber-segurança, contraterrorismo, espionagem de governos estrangeiros e grupos qualificados como terroristas. A CIA é uma grande provedora desses recursos secretos, provenientes, principalmente, do tráfego de drogas e outras operações ilícitas, tais como lavagem de dinheiro e prostituição.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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