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3898260483 350f46c2ca zEstados Unidos - Diário Liberdade - [Edu Montesanti] "Olhem, Obama é o anti-Cristo... muçulmano radical... amigo e protetor de terroristas". Assim, a newsletter de quinta-feira, 19, do Tea Party, representante da ultra-direita norte-americana, anuncia o principal artigo de seu sítio na Internet no dia, urgente Breaking News intitulado Obama Admitiu que É Muçulmano (DE NOVO)?, no qual dá importância esquizofrênica ao simples fato (não comprovado e nem jamais admitido categoricamente pelo presidente Barack Obama, autodenominado cristão) de que o atual ocupante da Casa Branca possa ser islamita.


"A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude" (François de la Rochefoucauld, 1613-1680). Republicanos do Tea Party, islamofóbicos e anticomunistas. Foto: Frank Vest (CC BY-ND 2.0)

A mesma pergunta, tão insignificante quanto histérica, tem sido feita pelos mais diversos meios de comunicação conservadores dos Estados Unidos. Na realidade, tal "polêmica" permeia a política do próprio meio protestante estadunidense (apoiante desde o início da "Guerra ao Terror", em nome da religião) desde a primeira campanha presidencial vencida por Obama, em 2007.

Vale registrar ainda que, na newsletter, o Tea Party, indignado com a possibilidade de os EUA terem um presidente que fuja à tradição religiosa de seu país (protestante), e pior ainda, um muçulmano, inicia o comunicado referindo-se a seus concidadãos como Patriots and Red-Blooded Americans (Norte-Americanos Patriotas e Espiritualmente Sublimados, em tradução livre). Tal "visão" de si mesmo é a matéria-prima de regimes nazi-fascistas.

Tudo por que, na 20ª Cúpula do Grupo dos Vinte (G-20) na cidade de Antalya, Turquia, ocorrida de 15 a 16 de novembro, o mandatário norte-americano afirmou (para horror das "elites intelectuais" de seu país): "Acho que, por um lado, os não-muçulmanos não podem estereotipar, mas eu também acho que a comunidade muçulmana tem que pensar em como nós [grifo nosso] podemos ter certeza de que as crianças não estão sendo afetadas com esta noção distorcida que, de alguma forma, elas podem matar pessoas inocentes".

É importante notar que a extrema-direita norte-americana não questiona posições práticas de seu presidente no G-20 (no mínimo questionáveis, dado que o Islã em si não prega que seus fieis, muito menos crianças, matem pessoas inocentes conforme deu a entender Obama, e a grande maioria da comunidade islamita em todo o mundo condena tal prática, abertamente), mas meramente a religião a que pertence. E pelo simples fato de avaliar, sem nenhuma base, que Obama é islamita, o estigmatiza de terrorista. (Não que Obama faça jus ao ridículo Prêmio Nobel da Paz que recebeu em 2009, pelo contrário: trata-se de reprodução piorada de George W. Bush não pela religião a que supostamente pertença, mas sim pela prática).

Isso é um claro reflexo da histeria coletiva norte-americana (igualmente, sentimento primordial de regimes totalitários), especialmente das classes média e alta, branca e protestante (exatamente a grande parte dos integrantes do Tea Party), fortemente segregacionista e fundamentalista religiosa (no pior sentido do termo, marca histórica da sociedade norte-americana), o que menos importa é o conteúdo das palavras de seu presidente e nem a prática política em si, mas pura e simplesmente a profissão religiosa, fato que acaba levando, inevitavelmente, a ser parcial com seus governantes e legisladores de acordo com a religiosidade, mordaz antítese da democracia.

Cultura da intolerância: Matéria-prima do Imperialismo

Tradição é a personalidade dos imbecis

(Maurice Ravel)

"Filho de pai muçulmano e criado na primeira infância por padastro em um nação muçulmana, onde foi registrado em escola muçulmana, Barack Obama possui muitos laços com o Islã, o que tem lançado dúvida sobre sua profissão de fé cristã", relatou a alarmante publicação do Tea Party, que defende raivosamente o armamento da sociedade, cujo ícone é o reverendo batista John Koletas, 52, quem sorteou entre membros de sua igreja um fuzil AR-15, em março de 2014.

Aos extremistas religiosos das elites norte-americanas não interessa se Obama tem infringido todas as leis internacionais com a "Guerra ao Terror", e nem o total apoio de Washington ao Estado de Israel nos massacres contra a Palestina, condenados por todas as leis e organismos internacionais seguindo, assim, a agenda de seu antecessor Bush de péssima memória, dentro e fora do país.

Se tais elites fazem a leitura, nas entrelinhas de suas palavras, que seu presidente pertence a alguma religião "pagã", ou pior ainda, à dos inimigos árabes-islamitas - estigmatizados de terroristas -, é o suficiente para que Obama seja tachado de apoiador de terroristas muçulmanos.

A ex-governadora republicana do Alasca, Sarah Palin, candidata à vice-presidência em 2008 na chapa de John McCain, e muito influente política do país, famosa por seus apelos político-religiosos, apontou à época armas para estados onde os "arquirrivais" democratas deveriam ser derrotados nas eleições parlamentares naquele mesmo ano, pois, em seu "comentário armado", estavam elaborando reforma no sistema público de saúde, com mais investimentos estatais, uma raça a ser combatida. Exemplo mais evidente do violento extremismo norte-americano, apoiado sobretudo na religião, no medo do inimigo a ser derrotado a qualquer custo.

Eis o exemplo mais gritante da imbecilização religiosa: o que a mentalidade elitista norte-americana representada pelo Tea Party faz questão de ignorar, e nem tem tempo de recordar com toda sua histeria, é que um de seus mais ilustres adeptos, o senador do Arizona (uma das regiões mais discriminatórias do mundo) e "fervoroso cristão" John McCain, político norte-americano que mais recebe financiamento da indústria bélica, eleição após eleição, tem defendido arduamente o armamento do Estado Islamita na Síria, com direito a pose para fotos fraternais ao lado de membros do Estado Islamita.

Detalhe: não se trata de nenhuma novidade o fato de que altos escalões do governo estadunidense têm apoiado diretamente terroristas qualificados de "rebeldes" na Síria - tanto quanto os EUA criaram, treinaram e armaram Osama bin laden e Saddam Hussein, criando a Al-Qaeda e o Taliban, à época da Guerra Fria.

E nunca é demais recordar (o que a mídia e  muito menos o Tea Party nunca recordam): foi de uma catedral que George W. Bush, citando os mais belos salmos, conquistou e idiotizou a opinião pública local a ponto de declarar guerra inconstitucional e contra todas as leis internacionais contra o Afeganistão, Estado miserável que jamais atacara os EUA em toda a história.

Mas em nome da religião dominante e dominadora, o desejo de vingança foi então espalhado entre os norte-americanos, o que continua vivo no Estado mais terrorista da história hoje não a fim de combater qualquer religião alheia à sua cultura historicamente intolerante, mas de enriquecer ainda mais a poderosa indústria bélica norte-americana e, desta maneira, tentar reaquecer a decadente economia de seu país.

Mídia como aterrorizadora social

Se não tivermos nossa independência de pensamento e ação, se não conseguirmos refletir sobre aquilo
que vemos e ouvimos, ou se concordarmos com tudo que acontece, podemos estar vivendo de forma alienada.
A alienação acontece quando o homem não se vê sujeito (criador) da história e, nela, capaz de produzir obras
(Marilena Chauí)

O medo constante, muitas vezes artificialmente criado nos Estados Unidos, e a política externa excessivamente belicosa baseada no uso indiscriminado da força ilimitada e unilateral contra as diferenças, além da intolerância com as diferenças e da discriminação enraizadas na sociedade americana não morreram junto com o "fervoroso cristão" Joseph McCarthy, paranoico senador "caçador de comunistas" que destruiu diversas vidas inocentes (entre eles, artistas, jornalistas, escritores, intelectuais), nem ruíram com o Muro de Berlim em 1989, pelo contrário: têm sido fortemente impulsionados pelos noticiários, por Hollywood, por videogames e pela bilionária indústria do entretenimento em geral.

O jornalismo norte-americano é um caso à parte, bem peculiar em seu papel de impor a sensação de perigo permanente, da existência dos eternos inimigos da nação que vão se reciclando com o passar dos anos, e da necessidade do uso da força cujas reportagens mais emblemáticas envolveram justamente o momento de maior turbulência, incerteza e medo entre a sociedade local em toda a história, potencializando em muita vezes o problema.

As semanas subsequentes aos atentados de 11 de setembro de 2001, fato que mudou por completo o curso da história, impuseram - através de revistas como Time e Newsweek, além de canais de televisão tais como a CNN e Fox News - um ambiente de guerra permanente e sensação de que, a qualquer momento, a sociedade seria vítima de outro ataque, ainda pior do que o daquele 11/9.

Às vésperas do Natal daquele ano, muitas pessoas em uma sociedade em pânico pelo que injustificadamente prenunciavam os veículos de comunicação locais, passaram a comprar pára-quedas especais para saltar de edifícios sob ataques terroristas, além de máscaras à prova de ar, roupas e luvas especiais a fim de se proteger de ataques químicos e biológicos.

Tal ambiente de desespero seguiria por diversos anos, praticamente por todos os de Bush na Casa Branca traumatizando ainda mais a sociedade local, já fortemente marcada pela caça às bruxas da Guerra Fria (leia a nota do artigo Guerra Santa sem Fim abaixo: trecho do livro Mentiras e Crimes da "Guerra ao Terror", o qual traz importantes detalhes sobre a irresponsável cobertura jornalística norte-americana pós-11 de setembro de 2001).

Tudo isso totalmente equivocado do ponto de vista jornalístico, recheado de extremo sensacionalismo inclusive sem base na realidade enquanto os veículos daquele país não investigavam, nem sequer davam o devido espaço para as denúncias de que Bush sabia antecipadamente dos ataques terroristas de 2001, o que seria provado mais tarde.

Enquanto minimizam os ataques do 11/9, paradoxalmente sobrevalorizam este escárnio de "Guerra ao Terror". O que mais interessou nas semanas e meses subsequentes aos piores atentados em solo norte-americano, e o que mais interessa ainda hoje à mídia predominante local, assim como em todo o mundo, é a espetacularização da notícia, a criação de inimigos a qualquer custo, a exaltação do medo espalhando pânico e intolerância entre a sociedade, e o uso da força em conformidade com os ditames de Washington a fim de cumprir sua agenda imperialista, expandindo, assim, suas bases militares no mundo a exemplo perfeito do que ocorreu na entrada dos EUA na II Guerra Mundial.

A história tem se repetido tragicamente. Exatamente por isso, os agentes da CIA se preocuparam, em segredo no "Relatório Especial da Red Cell" de 2 de fevereiro de 2010 (liberado por WikiLeaks em 25 de agosto de 2010), intitulado E se os Estrangeiros Virem os Estados Unidos como País "Exportador de Terrorismo"?, com o fato de que as sociedades globais poderiam despertar para o fato de que os EUA são exportadores de terrorismo. A seguir, trechos em tradução livre do relatório [leia relatório original, aqui; tradução ao português na íntegra, aqui (role a tela)]:

(...) O que vai acontecer se for internacionalmente entendido que os Estados Unidos são um país exportador de terrorismo; Contrariamente à crença comum, as exportações norte-americanas de terrorismo ou de terroristas não é um fenômeno recente, nem tem estado associado apenas aos radicais islamitas ou a pessoas do Oriente Médio, africanas ou de origem sul-asiática. (...)

Muita atenção tem sido dada ultimamente à ocorrência crescente de ataques terroristas islamitas contra alvos dos EUA, principalmente em solo norte-americano. Menos atenção tem sido dada ao crescimento local do terrorismo, não exclusivamente terroristas muçulmanos, exportados para atingir pessoas que não sejam norte-americanas. Este relatório analisa as implicações do que isso significaria para os EUA, se for visto cada vez mais como incubador e "exportador" de terrorismo.

Ódio Religioso nas telas do cinema

É nosso interesse participar da produção de filmes

(Departamento de Defesa dos EUA)

A indústria cinematográfica norte-americana, grande lixo cultural, faz apologia das drogas, da violência, da pornografia, do individualismo, do consumismo artificial e do poderio bélico norte-americano, configurando-se também forte arma imperialista dos Estados Unidos, tudo isso recheado de mensagens subliminares entre as mais explícitas, que não são poucas e em nada primam pela discrição.

No caso da atual "Guerra ao Terror", o cinema estadunidense tem desempenhado papel fundamental impondo os valores sionistas e norte-americanos, ridicularizando os árabes islamitas e os estigmatizando como terroristas.

Apoiado pelo Departamento de Defesa do país que, através de contrato restritivo, orienta e apoia materialmente a produção de diversos filmes de Hollywood, o cinema é justamente um dos três maiores símbolos do American Way of Life, isto é, o Estilo de Vida Norte-Americano.

A fim de exaltar a superioridade militar dos Estados Unidos, de favorecer a política local de recrutamento, exercer censura e passar a ideia de que a guerra é uma solução necessária, o Departamento de Estado do país participa diretamente da produção de muitos filmes desde o nascimento do cinema, exercendo sempre papel fundamental em suas empreitadas militares: cineastas, visando economizar, procuram a ajuda do Pentágono que lhes fornece imagens de arquivo, assessoria técnica, acesso a equipamentos de última geração, autorização para filmar em instalações militares etc.

Em troca, os produtores de Hollywood submetem seu trabalho aos escritórios do Pentágono responsáveis em auxiliar as produções cinematográficas militares, cujos termos estão inscritos em contrato restritivo, que diz:

"'A produção deverá ajudar os programas de recrutamento das Forças Armadas. (...) A companhia produtora consultará o Departamento de Defesa para todas as cenas militares durante a preparação, filmagem e montagem'. Segundo Philip Strub, assessor especial de mídia e entretenimento do Departamento de Defesa, 'é nosso interesse participar da produção de filmes'" (fonte: Victor Battaggion).

Em 1917, quando os EUA entraram na I Guerra Mundial, o Comitê de Informação ao Público do então presidente Wodroow Wilson contou com o auxílio da indústria do cinema, a fim de produzir filmes que gerassem apoio à "batalha norte-americana" junto à sociedade.

O pacto entre o governo do país e o cinema cresceu durante a II Guerra Mundial, através da ampla propaganda fornecida por Hollywood e, após esta que foi a guerra mais devastadora da história da humanidade, Washington retribuiu com enormes subsídios à maior indústria cinematográfica do globo, com verbas especiais do Plano Marshall (bilhões de dólares despejados nos países europeus a fim de trazê-los para o lado dos EUA em sua Guerra Fria com a ex-União Soviética) e persuasão para abrir mercados europeus resistentes.

Desde a segunda metade do século XX, Hollywood tem tratado de ridicularizar o povo árabe, além de colocá-lo como potencialmente terrorista bem como sua religião predominante, o Islã, a fim de justificar também as imperialistas, sucessivas e sangrentas ocupações militares de seus padrinhos da Casa Branca no norte da África e no Oriente Médio, esta a região mais rica em petróleo do mundo.

zdtMais recentes evidências dessa podre parceria de sucesso, corrupta aliança histórica entre a Casa Branca e Hollywood em prol da manutenção e ampliação da hegemonia estadunidense, são os filmes Zero Dark Thirty (imagem à esquerda), que passa a ideia de que os métodos de tortura praticados pela CIA, sob os governos de George Bush filho (2001-2009) e Barack Obama hoje, ajudaram a capturar Osama bin Laden, e Argo, o qual repete a velha propaganda cinematográfica colocando o mundo islamita como terrorista e carente da "intervenção messiânica" dos EUA.

No caso particular de Argo, trata do Irã, motivo de obsessão invasora dos tomadores de decisão de Washington desde que a Revolução Iraniana de 1979 derrubou o presidente xá Reza Pahlevi, pró-Ocidente, e nacionalizou o petróleo.

Pois tal produção trata exatamente dos primeiros anos daquela revolução e, não por coincidência, Argo foi vencedor do Oscar' 2013, prêmio entregue pessoalmente pela primeira-dama norte-americana, Michelle Obama, ao diretor Ben Affleck.

Innocence of Muslims (A Inocência dos Muçulmanos), amadora produção cinematográfica norte-americana, e de péssimo gosto, publicada em setembro de 2012, gerou profunda revolta no mundo árabe (provavelmente, exatamente o maior objetivo da produção) por ter colocado Maomé como ladrão, assassino e pedófilo, além de exibir um asno como o primeiro islamita da história, saudado pelo profeta muçulmano com risadas "abobalhadas".

A "obra" do egípcio radicado nos EUA, Nakoula Basseley Nakoula, de 55 anos - cristão residente na Califórnia que certa vez se referiu ao Islã como "um câncer", em entrevista ao The Wall Street Journal sob o pseudônimo de Sam Bacile -, é apenas uma reverberação da política, das produções de Hollywood e jornalísticas em geral do Estado mais terrorista da história, cujas intenções vão muito além das diferenças religiosas afetando as relações internacionais - com a velha pitada de petróleo árabe.

No filme, perfeito acabamento do ódio implícito nos veículos de informação norte-americanos, Maomé também aparece fazendo sexo oral em uma mulher e assassinando homens apoiado por seus seguidores, todos divertindo-se sobremaneira enquanto executam tais ações sinistras. "Tenho mais de 120 anos. Nunca conheci em toda a vida um assassino bandido como Maomé. Mata os homens. Captura mulheres e crianças. Rouba as caravanas. Quebra acordos e tratados. Vende crianças como escravas, após ele e seus homens abusarem delas", diz uma senhora no deserto a um seguidor do profeta islamita o qual amarra as pernas da acusadora às pernas de dois jumentos que, caminhando em sentidos opostos, estraçalham o corpo da idosa em estado de pânico, enquanto o muçulmano não pára de rir.

Ao mesmo tempo que todo esse insulto cinematográfico veio a público em 2012, e o Norte da África e o Oriente Médio literalmente já pegavam fogo, na vida real o pastor evangélico norte-americano Terry Jones, do estado da Flórida, tratou de acirrar ainda mais os ânimos recomendando aos fieis de sua igreja que espalhem o vídeo - o mesmo Jones que, em 2010, ameaçou queimar exemplares do Alcorão, o livro sagrado muçulmano.

Os atores não sabiam que o filme seria uma referência ao Islã, pelo que, logo, manifestaram-se publicamente indignados. Dublagens são notadas claramente durante a produção, especialmente quando se menciona o nome de Maomé, um sério indicador de que os atores realmente não tinham consciência a que se submetiam através de tal "trabalho", mais uma obra de baixíssimo nível intelectual e moral de um dos maiores produtores de lixo cultural do mundo.

As produções cinematográficas norte-americanas das espécies citadas acima, que agridem fortemente aos seguidores de Maomé e impõem os valores estadunidenses, é o perfeito acabamento do raivoso rechaço às diferenças e da criação de inimigos praticados pelos meios de comunicação e pelas classes dominantes dos EUA, gerando ainda mais ódio e violência na decadente sociedade local, já traumatizada por anos de acentuado clima de terror, mas que insiste em enxergar a si mesma como nação eleita por Deus para salvar a humanidade com seu agonizante way of life, "liderados" por "estadistas" cada vez mais bizarros, fruto de uma ditadura bipartidista que perdura desde a própria formação dos EUA.

Alienação Social, Expansão Militar e Territorial: Motores do Capital

Há que se ter ensino em massa. A razão é que milhões estão podendo votar, e deve-se educá-los a fim de que não incomodem. Em outras palavras, deve-se treiná-los para a obediência e servilismo, para que não pensem como o mundo funciona e, assim, não vão depois pegar no pé deles. (...) As escolas são projetadas para ensinar o que vai cair na prova. Não existe a preocupação com a capacidade dos alunos de pensar, de se superar, de levantar questões. (...) Isso acontece em toda parte. E possui a evidente técnica de emburrecimento da população, e também de controlá-la. Para a maioria das pessoas, não há escolha. É o mesmo que dizer que todos têm a chance de se tornar milionários. Tudo isso é uma forma de transformar a população em um bando de imbecis

(Noam Chomsky)

Foi através da farsa, do patriotismo excessivo e em nome do suposto papel messiânico dos EUA, que o presidente Franklin Delano Roosevelt conseguiu convencer a sociedade norte-americana a entrar na II Guerra Mundial (1939-1945) justificando-se nos ataques japoneses sobre a base militar do país em Pearl Harbor, no Havaí, dos quais Roosevelt tinha conhecimento prévio sem ter feito nada para preveni-los (a entrada na II Grande Guerra foi o maior negócio da história dos EUA, da qual o país emergiu como superpotência mundial após ter enfrentado a maior crise econômica de sua história, conhecida como Grande Depressão, 1929-1931).

Foi igualmente baseada na mentira e na histeria de perigo iminente de novos ataques japoneses, que a superpotência cometeu o maior ato terrorista da história, grave crime de guerra de acordo com todas as legislações internacionais através das bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki em 6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente, levando à morte 220 mil cidadãos inocentes de maneira instantânea além das mortes subsequentes aos ataques devido à exposição radioativa, e do completo arraso causado nas duas cidades do Japão, já antes desses ataques um país estraçalhado, totalmente rendido.

Apoiados na comoção, em grande parte elaborada em laboratórios de marketing e nos porões da CIA contra o comunismo soviético que colocava a nação como salvadora do planeta (o que ocorre hoje, contra "inimigos" diferentes), ao longo de toda a Guerra Fria (1945-1991) os EUA feriram direitos humanos nos quatro cantos do mundo, sabotaram, invadiram, conspiraram, bloquearam, boicotaram, causaram atentados, assassinatos, suborno, armaram e ensinaram técnicas de tortura a grupos paramilitares (tais como a membros do que é hoje Al-Qaeda, Taliban e Estado Islamita, os mesmos que os norte-americanos tanto acusam de radicalismo religioso e de atos de terror), financiaram e até armaram movimentos golpistas contra governos democraticamente eleitos, em diversos casos com amplo apoio popular até o momento do golpe (especialmente na América Latina), deixando assim um mundo odiosamente dividido até hoje (inclusive dentro do mesmo território, em muitos casos), literalmente minado em muitas regiões.

Para a política coercitivo-expansionista dos EUA é imprescindível que os ânimos estejam atualizados de acordo com os interesses de Washington, isto é, incendiados, polarizando cristãos e islamitas para servir como justificativa à crescente presença militar dos EUA no Oriente Médio, e a novas invasões na região.

Assim, a "Guerra ao Terror" não pode sair de cena e nem sairá tão cedo ainda que estejamos na era da informação em tempo global e em tempo real: muitos não querem enxergar a realidade "motivados por seus interesses, por seus medos ou por uma combinação de ambos", parafraseando o escritor norte-americano David Zeman, na obra Síndrome de Pinóquio (Editora Planeta, 2003).

Por isso tudo, azar do Islã, a bola da vez dos problemas do moribundo Império norte-americano, cada vez mais agressivo à medida que se acentuam as crises entre uma sociedade amedrontada que busca no uso excessivo da força, a muleta psicológica de sua indisfarçável fraqueza - sobretudo intelectual.


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