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4184657215 a28003cb92 zPaísos Cataláns - Diário Liberdade - Os resultados poderám ser muito ajustados. Dias antes das eleiçons celebrar-se-á o Dia Nacional da Catalunha, que costuma juntar milhons nas ruas de Barcelona.


Foto de Txiki Trepax (CC by-nc-nd/2.0/) - Consulta popular sobre a independência num município catalám, em 2009.

As notícias aceleram-se à medida que se achega o 27 de setembro, data marcada no calendário do Principado da Catalunha para as eleiçons autonómicas de caráter plebiscitário. Embora a legalidade de Madrid, que gere desde fai duzentos anos os interesses cataláns, nom reconheça qualquer caráter de excepçom no processo eleitoral, o facto é que as forças independentistas tencionam iniciar o caminho à independência caso ganharem as eleiçons. Será umha independência declarada unilateralmente, dadas as contínuas negativas espanholas e encontrar umha saída negociada ao conflito, inclusive proibindo umha consulta popular em novembro passado que, contodo, foi celebrada com esmagadora vitória do 'Sim' à independência.

O Principado da Catalunha, o único dentre os Países Catalans que poderá conseguir a independência nacional neste processo, está já no meio da campanha eleitoral e nom som as candidaturas netamente independentistas as que estám ativas: o espanholismo, representado nas suas versons mais extremistas polas candidaturas de Ciutadans e polo Partido Popular - que nomeu Xabier Albiol, conhecido por contundentes declaraçons e campanhas xenofóbicas como a de 'limpar Badalona', em referência às migrantes - entrou em campanha também pola via legislativa e policial.

Por um lado, fai poucos dias enviava a sinistra polícia espanhola a registar diferentes sedes da independentista, governista, burguesa Convergència Democràtica de Catalunya, por alegado cobro de comissons por concessons de obras públicas. Naturalmente, a ninguém surpreenderia, de se demonstrar, a veracidade das ditas acusaçons, sendo mais do que esperável que um possível esquema de corrupçom da CDC à frente do governo autónomo nos últimos 30 anos - com interrupçom de apenas 4 anos de tripartito PSOE-ERC-ICV - poda ter umha larga escala. No entanto, sim é de destacar que, "casualmente", as operaçons policiais decorressem a escassas quatro semanas das eleiçons de 27-S. Independentemente do que o Governo espanhol de Mariano Rajói dizer, o certo é que nas ruas da Catalunha existe em geral conhecimento da intencionalidade política da manobra, tal como da possível veracidade das acusaçons - isso sem que, no entanto, Madrid tenha conseguido, por enquanto, envolver diretamente o President Artur Mas.

Espanha prepara a derrota e transforma o Tribunal Constitucional num órgao com atribuiçons pseudopolíticas

Polo outro lado, a ofensiva legislativa do regime espanhol tenta antecipar-se a um cenário em que o independentismo consiga a vitória. Assim, o governo de Mariano Rajói anunciou que antes de um mês modificará unilateralmente as atribuiçons do Tribunal Constitucional espanhol para que poda demitir, inabilitar e sancionar de forma imediata qualquer representante público que descumprir umha ordem sua. Com esse papel político, Madrid tenciona explicitamente impedir que um Parlamento da Catalunha constituído após 27-S com maioria independentista poda iniciar o caminho para a segregaçom.

A medida, tomada com caráter de urgência e atropeladamente - prescindirá da maior parte dos passos que as medidas dessa importáncia costumam requerir -, foi já criticada nom apenas na Catalunha, mas também noutros países e mesmo em Madrid. Juízes, advogados e especialistas conceituados, mesmo do ámbito do espanholismo, qüestionam a oportunidade e a legalidade da medida com que o Partido Popular quer restringir, mais ainda, as liberdades dentro do a cada vez (ainda) menos democrático Estado espanhol.

Espanha, através de governo, polícia, tribunais e ex-mandatários mantém a sua firme aposta na via do confronto direto e contra a liberdade, nom apenas do Povo Catalám mas de todos os povos que mantém submetidos, como o Basco ou o Galego.

Resultados apertados

O bloqueio informativo por volta do que acontece na preparaçom deste 27-S é forte, e quase total a ausência de dados confiáveis sobre o que poderá vir a acontecer nas vindouras eleiçons, predominando de forma esmagadora a propaganda anti-Catalunha dos meios espanhóis.

No entanto, os poucos e parciais inquéritos publicados ou filtrados até à data coincidem em dar a vitória à candidatura independentista unitária do Junts pel Sí, que integra membros da sociedade civil junto de dirigentes políticos, principalmente do ámbito do independentismo de direita - o caso de Artur Mas - ou socialdemocrata - ERC, quadros de ICV, etc. ... Ficaria em algum ponto por cima dos 50 assentos mas por baixo da maioria absoluta, que está em 68. A outra candidatura netamente independentista, a da esquerda independentista das CUP multiplicaria várias vezes os seus três assentos atuais e, segundo alguns inquéritos poderia ultrapassar os 10. A esquerda independentista apresenta-se sob a marca CUP-Crida Constituent, apresentando resultados em aumento em cada cita eleitoral e com um programa que contempla, para além da independência da Catalunha, avançar na emancipaçom da classe trabalhadora e no caminho da unidade dos Países Catalans.

Haveria um segundo grupo de candidaturas, composto por Catalunya Sí que es PotPSC, Unió ou mesmo ICV com linha oficialista autonomista ou espanholista mas que, no entanto, sofrem divergências internas, incorporando mesmo elementos independentistas que poderiam chegar a romper a disciplina de voto, posicionando-se eventualmente a favor de umha declaraçom unilateral de independência.

Sempre usando os dados provenientes de inquéritos de diferentes fontes (GECO, Vocento, PP), o espanholismo mais extremo de Ciutadans e PP somaria, mesmo nas estimativas mais otimistas, menos de 30 assentos, com destaque para o primeiro dos dous partidos que junto com Catalunya Sí que es Pot poderia luitar pola segunda posiçom.

Os resultados, portanto, aparecem muito ajustados e a chave para a declaraçom de independência poderia mesmo cair em apenas umhas poucas pessoas nas candidaturas autonomistas ou espanholistas moderadas.

11 de setembro, a Diada

Dias antes das eleiçons haverá um bom termómetro sobre o vigor do independentismo na Catalunha, com a celebraçom do Dia Nacional da Catalunha, no próximo 11 de setembro, e que desde inícios desta decada junta literalmente milhons nas ruas de Barcelona. Será mais umha data importante no caminho à libertaçom nacional nom apenas do Principado, mas de todos os Países Catalans e, enfim, de todos os povos da Península Ibérica, porquanto o processo independentista catalám provavelmente seja o elemento que, neste momento, tem maior potencial de desestabilizaçom do regime espanhol.


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