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manifbcn9nPaísos Cataláns - Diário Liberdade - Milhares de pessoas concentraram-se nesta terça-feira às 7 da tarde ao pé centenas de Câmaras Municipales de todo o Principado da Catalunha para protestar pela suspensão da consulta do 9N por parte do Tribunal Constitucional espanhol. As mobilizações foram convocadas pela Assembleia Nacional Catalã (ANC) e por Òmnium Cultural e receberam o apoio da CUP, CiU, ERC, e ICV-EUiA.


 

À concentração da praça Sant Jaume de Barcelona assistiram umas 15.000 pessoas (apesar da chuva) entre as quais estavam os dirigentes de vários partidos políticos: Oriol Junqueras (ERC), Quim Arrufat e David Fernàndez (CUP), Josep Rull (CDC), Joan Herrera (ICV), Antoni Castelhano (UDC) e Joan Josep Nuet (EUiA). A presidenta da ANC, Carme Forcadell, afirmou que "nenhum tribunal decidirá o nosso futuro, e menos um tribunal como o Constitucional, que não nos respeita como povo" e a presidenta de Òmnium Cultural, Muriel Casals, advertiu que "Isto é imparável". Pouco depois foi lido o manifesto unitário (que foi também lido em muitas Câmaras Municipais da Catalunha) onde se diz que "Somos em frente de uma oportunidade histórica para começar unidos um novo país; e no dia 9 de novembro votaremos e ganharemos" e pôs em andamento a campanha "Ara és l'hora" ("Agora é a hora") que quer reunir 100.000 voluntários para visitar milhares de domicílios para fazer um "Gigainquérito".

À mesma hora na praça do Vi de Girona cerca de 5.000 pessoas manifestaram-se para exprimir a sua rejeição à suspensão cautelar da consulta que ditou o TC. O ato começou com um discurso do presidente do ANC Girona Josep Bosch que recordou o pouco investimento que o Estado espanhol destinou em Catalunha nos orçamentos apresentados pelo Ministro Montoro ontem (30/09) e que "Rajói pensa que já ganhou, mas quando veja a reacção cidadã vai ficar-lhe-á cara de burro, porque dizer-lhe-emos bem claro que queremos independência". A seguir o presidente do Òmnium Girona pediu aos assistentes ao ato para se fazerem voluntários da campanha "Ara és l'hora" já que faz falta um "último esforço" para chegar à independência. O escritor Josep Maria Fonalleras leu o "Manifesto em defesa da consulta do 9-N" e a atriz Txe Arana e o director de teatro Salvador Sunyer colaram o primeiro cartaz em Girona da campanha "Ara és l'hora".

Apesar da chuva em muitos lugares do Principado da Catalunha, milhares de pessoas concentraram-se às 7 da tarde para protestar contra a sentença do Tribunal Constitucional: 4.500 em Réus, 4.000 a Manresa, Tarragona e Vic, 2.500 em Terrassa, 2.000 em Berga e Valls, 1.000 em Olot e Lleida, 500 em Granollers e Ripoll, 200 em Torredembarra, 100 em Vacarisses, 50 em Vielha...

Fonte: Llibertat, tradução do Diário Liberdade.

 

 


 

[Atualizado 30/09/2014, 14:00 - horas de Compostela e Lisboa] Povo Catalão mobiliza-se para contestar desafio espanhol contra a democracia

oriolsolecupbarcelonaFoto de Oriol Solè / Ara - Concentração independentista na noite de 29/09 contra a suspensão da consulta

O Tribunal Constitucional espanhol segue roteiro indicado pelo espanholismo extremista e suspende referendo apoiado pela maioria social catalã, ao seu pleno admitir no final da tarde desta segunda-feira (29/09) por unanimidade os recursos apresentados pelo Governo de Madrid (que mantém sob a sua administração a Catalunha) contra o decreto de convocação da consulta de autodeterminção nacional, assinado no sábado passado pelo presidente da Generalitat (o governo autónomo catalão) e a lei de consultas (aprovada no passado dia 19, e dando cobertura à dita convocatória da consulta).

O pleno, em que participaram os 12 magistrados que o compõem encabeçados pelo seu presidente Francisco Pérez de los Cobos (ex-militante do Partido Popular e vinculado à ultradireita) durou pouco mais de uma hora. Emitiram um comunicado onde justificam a rapidez na sua resolução pela "transcendència constitucional e política" das questões propostas.

A reação do Governo catalão presidido por Artur Mas (CiU) foi esperada ao longo desta manhã. A Generalitat assegura que "muito se engana" quem pensar que não vai haver referendo a 9 de novembro. Paradoxalmente, o executivoparou por enquanto a campanha publicitária, sob pretexto de "proteger os funcionários" de incorrirem num delito de desobediência. Mantém-se sim para quarta-feira a previsão de nomear a Junta Eleitoral para a votação em que o Povo Catalão está chamado a expressar a sua vontade sobre a condição política do Principado.

Mobilizações populares já começaram

Enquanto Madrid usa a proibição como único argumento, em Catalunha a maioria social dá já a sua resposta. A Candidatura d'Unitat Popular (CUP), organização unitária da esquerda independentista catalã, fez um chamado à mobilização para a própria noite de 29 para 30 de setembro em todos os municípios do Principado da Catalunha.

Em Barcelona, 400 pessoas assistiram a concentração convocada pela CUP na delegação do governo espanhol na noite desta segunda-feira (29/09), quase recém conhecida a suspensão do Constitucional do país vizinho. Foi no meio de um forte aparelho repressivo, entre as 20:00 e as 21:00 horas, e o deputado independentista David Fernández assegurou que o está a acontecer "uma suspensão de facto da democracia".

No entanto, a resposta mais contundente chegará a partir de hoje (30/09): a Assembleia Nacional Catalana (ANC), que no passado 11 de setembro (Dia Nacional da Catalunha) juntou quase dois milhões de pessoas pela independência nas ruas de Barcelona, chama a concentrar-se também amanhã à frente das Câmaras Municipais do país. Aliás, 90% delas emitiram nas últimas semanas moções de apoio ao referendo. Os partidos políticos a favor da consulta sobre a independência (CUP, CiU, ERC e ICV) anunciaram que vão aderir a convocatória.

Concentrações solidárias também na Galiza

decidirGZCatbO Povo Galego, que como o Catalão sofre a opressão espanhola, solidarizar-se-á amanhã com aquele país. Corunha, Lugo, Ponte Vedra, Ferrol, Compostela, Burela, Ourense, Vigo e Ponte Areias vão receber concentrações desde as 20:00 nesta terça-feira.

O que fica para a frente

Na situação atual, com uma maioria esmagadora da sociedade catalã a favor de um referendo e, sengundo as sondagens, com sólidas possibilidades de vitória para a opção independentista, parece muito difícil que o governo de Mariano Rajói possa deter o processo com uma simples proibição.

Tal e como as teses da esquerda independentista defendiam, a pressão popular tem empurrado o governo catalão a um ponto de (quase) não-retorno. O próprio Artur Mas (CiU, tradicionalmente ancorado em posicionamentos autonomistas favoráveis à manutenção do statu-quo espanhol) mantém, pelo menos dialéticamente, que a consulta será realizada, e será no 9 de novembro, houver ou não proibição da Espanha, e que será a pressão do Povo Catalão (que, vistos os antecedentes das últimas semanas, está garantida) que consiga isso. De facto, a Generalitat da Catalunha já lançou a campanha para estimular a votação na histórica jornada.

Em grande parte da sociedade catalã a independência é vista como iminente, e isso acontece mesmo entre os elementos desfavoráveis à dita independência, o qual é um síntoma de como o governo espanhol poderá estar a desfraldar todas as velas com tal de tentar travar o processo. Unicamente o recurso a mais ou menos violência de Estado poderá ser uma ferramenta suficientemente 'efetiva', embora a normalidade no recente decorrer do referendo escocês, o morno apoio colheitado internacionalmente pelo regime bourbónico espanhol, e o maciço convencimento da maioria social catalã faz essa opção pouco viável.

Separação de poderes? Na Espanha vai pela faixa rápida

As justificações do Tribunal Constitucional sobre a velocidade da sua decisão não são por acaso ou por vontade de melhor informar os e as 'subditos' do Reino da Espanha. A realidade é que o processo de proibição da consulta democrática catalã faz evidente a parcialidade e limitações da 'separação' de poderes 'à madrilena', que parece não funcionar quando abordados assuntos fundamentais para a perpetuação do regime espanhol.

Assim, o Presidente catalão Artur Mas assinou o decreto sábado passado. Domingo foi publicado no diário oficial da Generalitat catalã. Nesse mesmo dia de tarde o consultivo 'Consejo de Estado' espanhol já entregava os relatórios para a equipa de Rajói em que a consulta era ilegal (já sabem: no Consejo lêem muito rápido e escrevem ainda mais). Segunda feira de manhã, o executivo espanhol reuniu-se e daí sairam os recursos apresentados ao Tribunal Constitucional para suspender a Lei de Consultas e a própria convocação da consulta (decorreram pouco mais de 24 horas desde a sua publicação). E o Constitucional, claro, também cumpriu o papel esperado para menos de 48 horas após a Generalitat convocar a consulta, ela ficar suspendida aos olhos da lei espanhola.

O Tribunal Constitucional tem membros nomeados pelo PP e PSOE e, por acaso, seguiu exatamente o roteiro indicado pelo governante PP de Mariano Rajói, com apoio do PSOE nas suas teses a respeito da Catalunha. O executivo de Rajói repetiu ao longo de toda a semana passada que o Constitucional suspenderia a consulta catalã em questão de horas, e todo mesmo antes de o Governo Catalão ter publicado o decreto de convocação da consulta.

 

 


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