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260714 medicoPalestina - Regeneración - [Tradução do Dário Liberdade] Disse que Obama deve ver com seus próprios olhos o massacre de Israel sobre o povo palestino.


Mads Gilbert, um cirurgião norueguês de 67 anos que opera voluntariamente na unidade de cuidados intensivos do hospital de Shifa em Gaza, convidou em uma carta o presidente norte-americano, Barack Obama, passar uma noite no hospital de Shifa.

"Estimado Obama, Tem coração? Convido-o a passar uma noite, só uma noite, no hospital de Shifa" disse o cirujano norueguês Mads Gilbert em sua carta.

Gilbert, que  dirigiu a pergunta a Obama, anunciou ao mundo as condições em Gaza mediante uma carta.

"Ninguém com coração e poder poderia se afastar e dar as costas ao que se vive no hospital em Shifa sem tomar a decisão de pôr fim ao massacre do povo palestino", agregou Gilbert em sua carta.

Opinião completa de Mads Gilbert

Queridos amigos e amigas:

A noite passada foi extrema. A invasão terrestre de Gaza resultou em dezenas de furgões com palestinos e palestinas com todo tipo de feridas, mutilados, destroçados, desangrando-se, tremendo; de todas as idades, todos civis, todos inocentes.

Os heróis nas ambulâncias e em todos os hospitais de Gaza estão trabalhando turnos de 12 e 24 horas, cinzentos pelo cansaço e a carga desumana de trabalho (sem terem recebido nenhum pagamento em Shifa nos últimos quatro meses). Eles atendem, derivam, tratam de entender o incompreensível caos de corpos, de tamanhos, de membros, de seres humanos que caminham, ou não podem caminhar, que respiram, que não podem respirar, que se estão desangrando, e que não se desangram. Seres humanos!

Hoje, uma vez mais tratados como animais pelo "exército mais moral do mundo" (sic).

Meu respeito pelos feridos é infinito, na sua sóbria determinação no meio da dor, a agonia e o shock; minha admiração pelo pessoal e os voluntários é infinita também; minha proximidade ao sumud palestino dá-me forças, embora por momentos só queira gritar, abraçar forte alguém, chorar, cheirar a pele e o cabelo cálido de uma criança coberta de sangue, proteger-nos a nós mesmos em um abraço sem fim... mas não nos podemos permitir isso, e eles também não.

Caras cinzentas... Oh, não! Não mais cargas de dezenas de mutilados e pessoas sangrando... ainda temos sangue no chão na sala de emergências, pilhas de ligaduras empapadas em sangue para limpar... Oh, os limpadores... em todas as partes, tirando rapidamente o sangue e os tecidos descartados, o cabelo, a roupa, as cánulas... os restos da morte... todo retirado do meio, para ser preparado novamente, para que tudo se repita. Mais de 100 casos chegaram a Shifa nas últimas 24 horas. Já bastante para um grande hospital bem treinado e equipado com todo o necessário, mas aqui... quase não há nada: não há eletricidade, nem água, nem materiais descartáveis, nem medicamentos, nem mesas de operação, nem instrumentos, nem monitores.... é como se todo fosse sacado de museus de hospitais do passado. Mas estes heróis não se queixam. Põem mãos à obra, como guerreiros, de frente, imensamente resolutos.

E enquanto escrevo estas palavras, só, em uma cama, derramo lágrimas, cálidas mas inúteis lágrimas de dor e de pena, de indignação e de medo. Isto não pode estar passando!

E então, mesmo agora, a orquestra da máquina de guerra israelense começa de novo sua horrível sinfonia: salvas de artilharia desde os barcos da marinha na costa, os barulhentos F16, os drones doentios (os "zennanis" árabes), os hummers e os molestos Apaches. Tudo, demasiado, feito e pago pelos Estados Unidos. Senhor Obama: tem você coração?

Eu o convido: passe uma noite, só uma noite conosco em Shifa. Talvez disfarçado de limpador.

Estou 100 por cento convencido de que mudaria a história. Ninguém com coração E -além disso- com poder, poderia se afastar de uma noite em Shifa sem a decisão de pôr fim ao massacre do povo palestino.

Mas os crueis e despiadados fizeram seus cálculos e planejaram outro ataque sobre Gaza.

Os rios de sangue vão seguir correndo a próxima noite. Posso escutar que têm refinado seus instrumentos de morte. Por favor. Façam o que puderem. Isto, não pode continuar. Mads Gilbert. MD PhD

Professor e Chefe Clínico. Clínica de Medicina de Emergência - Hospital Universitário do Norte, Noruega.

Publicado em Middle East Monitor.

Tradução: Patricia Curbelo (editada por María Landi) Mads F. Gilbert no hospital Ao Shifa, Gaza (Abid Katib, Getty Images).


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