Ameaço e afirmo, em nome de cada mulher e cada criança e cada homem assassinados impunemente pelo estado sionista apoiado pelo imperialismo americano e europeu.
Aos assassinos.
Assassinos:
Donos e senhores da terra e da guerra.
Assassinos:
Ocupantes de tronos do poder da injustiça.
Assassinos:
Obedientes às órdens de massacrar indefesos.
Assassinos:
Empresários que lucram com a saúde, a fome e a necessidade humana.
Assassinos:
Senhores e donos da usura bancária. Da extorsão e da chantagem.
Assassinos:
Porta-vozes e propagandistas do roubo e da morte, que justificam qualquer atrocidade enquanto lhes paguem. "Intelectuais" mendigos da mentira e cínicos escribas, cultura da opressão e vários cúmplices, nadadores de rios contaminados e contaminantes que reproduzem a voz do amo. Cínicos.
Assassinos:
Representantes de organismos internacionais cúmplices do crime planetário.
Assassinos:
Mistificadores e produtores de religiões de morte, que foram e são o ópio do povo. Cúmplices da opressão por medo.
Assassinos:
Sociedades consumidoras e cegas baseadas na fome das maiorias.
Assassinos:
Criadores de costumes que só ensinam a ser inimigos, exploradores e competidores.
Assassinos:
Zeladores e propagandistas da ignorância e de um deus que castiga só o povo.
Assassinos:
Que comungam e apoiam a propriedade privada e a lei do máximo lucro.
Assassinos:
Serão julgados, e hoje, enquanto ocorre um novo genocídio contra o povo palestino, não poderão se defender porque não há palavras para tanta atrocidade.
Assassinos:
Nós ficamos sem voz de tanto gritar, mas os julgaremos, disso não temos dúvidas.
Assassinos:
Que sustentam a única razão criminosa do dinheiro e da ganância. Há outras razões e outras formas de viver.
Assassinos:
De pessoas, povos, árvores, animais, rios, subsolos, oceanos, ar, sabemos como fazer para compartilhar e viver em um mundo diferente, onde o valor seja outro e não a exploração do ser humano, animal, vegetal ou mineral.
Assassinos:
Sonhamos e vivemos, sabemos como construir um novo mundo sem assassinos que matam por dinheiro e para ganhar mais dinheiro.
Assassinos:
Nada poderá salvá-los da responsabilidade de tanta morte, mas não os assassinaremos. Não somos assassinos.
Assassinos:
Depois do julgamento, lhes permitiremos constatar que sem vocês e vosso poder letal e criminoso, nasceram e seguem nascendo novas e humanas maneiras de viver e compartilhar.
Assassinos:
Quando o dinheiro sangrento que acumularam não lhes sirva mais para nada, compreenderão – ou não – que os exércitos da morte tampouco serviram para alguma coisa. Estão derrotados.
Assassinos:
Um só ofício lhes será permitido: cuidar de nossas tumbas que são nossa memória e mantê-las sempre cobertas de bosques porque debaixo, na terra, descansam nossos irmãos. Os que lutaram por um mundo novo. Sem assassinos e sem exploradores.
Assassinos:
Esse será vosso único trabalho honesto, regar e cuidar das árvores de nossa memória e também recordar a cada dia o crime que cometeram.
Assassinos:
E se alguma árvore se secar, aprenderão a plantar outra ou serão castigados com o afastamento e a reclusão. Separados da terra e de seu cuidado, que é o propriamente humano.
Assassinos:
No mundo novo não assassinamos: semeamos, compartilhamos, cuidamos.
Assassinos:
A vida só será possível sem vocês, a vida é e será linda sem vocês.
Mas não podemos matá-los porque seríamos assassinos. E somos seres humanos.
Assassinos:
Hoje ainda é cedo e seguimos lutando para detê-los com pedras, paus, palavras e armas. Estão cegos pelo ódio e não entendem que vocês são exércitos da morte e que o império será vencido.
Assassinos:
Não duvidem, venceremos. E a vida será plena, igualitária e justa para todos.
Assassinos:
Não podemos mais dizer não disparem contra nós, não nos deixem outro caminho senão condená-los.
Assassinos:
Venceremos! A vida sempre é mais potente que a morte.
Assassinos:
Sobre cada pedra, cada dor e cada escombro seguiremos semeando a voz do Homem novo.
Assassinos:
Nem esquecimento, nem perdão. Haverá julgamento e castigo. Serão condenados.
Assassinos:
E não será esquecido nenhum nome, nesta terra distinta que amanhecerá sem
Assassinos:
Só vocês serão esquecidos, porque a vida é mais forte que a morte e sobre a dor de hoje construiremos largas avenidas para que caminhe o homem novo, justo e solidário.
(À Palestina, julho de 2014)