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reformaChina - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] O principal componente do 12º Plano Quinquenal (2011-2015) foi a chamada reforma financeira. As taxas de juros e câmbio passaram a ser liberadas progressivamente e a convertibilidade do iuan, a moeda local, a ser garantida pelo governo imediatamente.


Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China. Foto: HM Treasury (CC BY-NC-ND 2.0)

Essas medidas permitiram, em primeiro lugar, ampliar o fluxo de capitais especulativos. O demagógico caminho do suposto “socialismo com características chinesas” significa ampliar a especulação financeira para manter os privilégios da camada burguesa chinesa.

Apesar de algumas regras, que ainda passaram por um processo de formulação, as medidas buscaram atrair os capitais especulativos que não encontravam colocação, principalmente nos países centrais, para onde estavam migrando em massa devido ao aumento da aversão ao risco provocado pelo aprofundamento da crise capitalista. A livre remessa de lucros para o exterior foi ampliada consideravelmente.

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O teto para os investidores individuais passou de US$ 1 bilhão para US$ 5 bilhões. Os impostos sobre as operações financeiras foram reduzidos.

O governo chinês tinha receios de que a escalada da especulação pudesse desestabilizar o sistema financeiro ainda mais. Mas a desaceleração da economia a partir do último trimestre de 2013, assim como o crescimento das bolhas financeiras, praticamente eliminaram as alternativas vinculadas às atividades produtivas.

As bolsas chinesas têm registrado um dos piores desempenhos em escala mundial nos últimos anos, enquanto os especuladores têm pressionado pela atração de um volume maior de capitais estrangeiros. Isso quer dizer que a principal base do milagre chinês, a entrada de capital especulativo em busca de mão-de-obra barata, está se esgotando e se tornaram necessárias medidas de emergência para manter o funcionamento do sistema.

O XVIII Congresso do PCCh simplesmente oficializou e acelerou as políticas que vinham sendo adotadas no sentido da liberalização do sistema financeiro. As taxas de juros foram reduzidas, os limites para os estrangeiros investirem na China foram ampliados, o governo passou a priorizar as tentativas de internacionalizar o Rmb (Renminbi), foi aceito o ingresso da China na OMC (Organização Mundial do Comércio) etc. O BdPCh (Banco do Povo da China) injetou em 2012 quase 700 bilhões de iuanes (US$ 70 bilhões) nos bancos, dos quais US$ 26,5 bilhões em contratos de recompra reversa, na tentativa de capitalizar o sistema financeiro por meios abertamente especulativos. Isso aconteceu após os US$ 700 bilhões repassados, em 2009, para acelerar o consumo interno. O resultado tem sido o crescimento de colossais bolhas financeiras.

O governo chinês busca, de maneira desesperada, “encontrar um equilíbrio entre o papel do governo e o do mercado. Devemos seguir mais de perto as regras do mercado e desempenhar melhor o papel do governo.” Isto significa encontrar formas de manter em pé a economia e evitar a explosão das bolhas financeiras, principalmente a bolha imobiliária, que ameaçam levar à bancarrota os governos provinciais, cujos orçamentos passaram a depender em 40% da venda de terras públicas, das grandes construtoras e dos bancos que financiaram os empreendimentos. A bolha imobiliária foi inchada devido aos capitais especulativos que atuam no país terem se direcionado para esse setor por causa da falta de alternativas dos investimentos especulativos no mercado financeiro.

Todos os países capitalistas fazem parte do sistema capitalista mundial, que é controlado pelo imperialismo. A escalada do parasitismo financeiro impede que a burguesia aplique uma política alternativa ao chamado neoliberalismo que, por esse motivo e na tentativa de salvar os lucros dos grandes capitalistas a qualquer custo, tem sido obrigada a ampliar a “dose neoliberal”.


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